quarta-feira, 26 de dezembro de 2018

APRENDA A VIVER O ANO NOVO TODOS OS DIAS

Quatro ferramentas para ajudar você a solucionar conflitos e ver transformações na sua vida 

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Com o ano novo chegando é comum surgirem muitos sentimentos ambíguos. Em alguns momentos podemos sentir ansiedade e angústia por mais um ano que termina e a vida não ter mudado tanto quanto gostaríamos. Num outro extremo, sentimos que pode ser a chance que esperávamos para agora sim renovar tudo de uma vez. Nestes dois pólos, entretanto, a probabilidade é que nenhuma mudança se concretize. Começa assim um ciclo vicioso: a esperança de que seja diferente, seguida da frustração por tudo parecer igual. Parece um ciclo impossível de ser quebrado, mas o que precisamos, na maioria das vezes, é de organização, consciência e determinação. 

 ORGANIZAÇÃO PARA 2019 

O primeiro passo para se organizar é voltar para o momento presente. Talvez você tenha problemas em todas as áreas da vida e a falta de organização pode gerar ainda mais. O ideal é você listar tudo o que você considera ser um problema. Enumere por prioridade. Qual é o mais desafiante? Comece por ele. Com seu maior problema em vista, você pode escrever tudo a seu respeito: se há outras pessoas envolvidas, há quanto tempo ele existe, se há outras pessoas da sua família que tem o mesmo problema e o que você já fez para tentar resolvê-lo. Até aqui não há nenhum exercício de reflexão, apenas organização. 

 CONSCIENTIZE-SE E SE CONECTE COM VOCÊ 

Agora que sabe qual o problema que realmente deseja resolver, está na hora de compreendê-lo melhor. Muitas vezes para resolver um problema atual precisamos dar uma volta ao passado. Se é um sintoma ou doença grave, problemas que se repetem como fracassos profissionais ou falências, relacionamentos imersos em crises conjugais ou familiares, talvez seja o momento de buscar mais informações sobre a família de origem e seus antepassados. Caso esteja vivendo algumas destas questões, o melhor é não demorar muito para buscar uma ajuda profissional. O grande problema é se acostumar com a dor e acreditar que a vida é assim mesmo: cheia de conflitos, sintomas e infelicidades. É importante ter consciência do quanto você poderia viver melhor caso compreenda a função do problema na sua vida, e tirar uns minutos para estar em sua própria companhia e meditar ou refletir sobre seus antepassados. Você conhece a história deles? Devemos saber quem são eles, como viviam suas vidas, pois através do inconsciente familiar podemos estar carregando problemas antigos que são transmitidos através das gerações. 

ASSUMA SUA RESPONSABILIDADE E TENHA DETERMINAÇÃO 

Ao olhar para nossos problemas e história pregressa, o sentimento de culpa pode aparecer. Neste momento é importante assumir a responsabilidade pelas falhas e seguir em frente. Não deve haver culpa quando há tantas escolhas inconscientes. Mas é necessário assumir a responsabilidade pelo fato de ter estado inconsciente dos problemas por tanto tempo para então seguir em direção a solução. Você pode ter a ideia de iniciar uma psicoterapia, mas acabar desistindo em seguida ao se dar conta de que as mudanças não ocorrem de forma instantânea. É importante a determinação para encarar todos os fantasmas do passado que podem estar influenciando no agora. Não somente assumir e encarar o problema de frente, como também reconhecer que existe a força para transformá-los.

4 FERRAMENTAS PARA AJUDAR NA SOLUÇÃO DOS CONFLITOS ACUPUNTURA SEM AGULHAS 

Sempre indico duas metodologias que qualquer um pode usar facilmente desde que tenha disciplina. A primeira é a EFT ou acupuntura sem agulhas. Ela indica que por meio de leves batidas em alguns pontos específicos podemos liberar a emoção ou crença armazenada através dos meridianos de energia. 

HO’OPONOPONO A outra é a técnica de cura Hawaiana, Ho’oponopono, que ajuda na limpeza de memórias. Segundo este método, os problemas que vivenciamos no agora foram criados no passado e você deve utilizar quatro palavras, “sinto muito”, “me perdoe”, “te amo” e “sou grata” para liberá-los de sua vida. As duas ferramentas mencionadas são excelentes e devem ser utilizadas de maneira contínua, podendo trazer resultados a curto, médio ou longo prazo. Pode depender da gravidade do problema e também da ligação com outros problemas e pessoas do passado. 

CONSTELAÇÃO FAMILIAR Contudo, há um terceiro recurso que, ao meu ver, pode trazer um resultado mais imediato, denominado Constelação Familiar. Um método criado pelo alemão Bert Hellinger que é baseado em três leis sistêmicas que atuam no inconsciente familiar: ordem da hierarquia, equilíbrio de troca e direito de pertencer. Nesta metodologia, caso uma das leis seja desobedecida no sistema familiar, um ou mais integrantes podem sofrer a consequência. Nos problemas mencionados anteriormente, é bem comum haver um desequilíbrio na família de origem, com alguém excluído ou fora de seu lugar. Se algo se repete frequentemente na sua história ou de sua família, ou é um problema que persiste durante muitos anos, talvez uma constelação possa lhe ajudar. Tal como no Ho’oponopono, mesmo que seu problema tenha relação com outras pessoas ou questões, você deve trabalhar em você para trazer os efeitos desejados. Mas da mesma forma, mesmo que a solução seja mostrada, nem sempre as pessoas conseguem dar o passo necessário em direção a ela, e mais uma vez, as outras técnicas mencionadas, bem como a psicoterapia, também podem ajudar. 

Por último, você já anotou seu sonho hoje? Se nunca pensou nisso, saiba que está perdendo uma grande oportunidade de dialogar com seu inconsciente e trazer para a consciência o que realmente lhe impede de fazer mudanças em sua vida. Os sonhos, assim como os sintomas, são a maneira mais frequente que o inconsciente utiliza para trazer a mensagem que precisamos naquele momento. Anotar o sonho e buscar a simbologia que ele traz certamente irá lhe direcionar para uma vida mais clara e portanto, mais plena. Entenda o significado dos seus sonhos O mais importante é agir! Se você continuar acreditando que nunca irá mudar, então assim será. Lembre-se que para ter um ano novo não é preciso uma mudança no calendário, mas sim em você. E você pode começar agora. 

UMA DICA DE FILME: PROCURANDO NEMO E PROCURANDO DORY 

Talvez os fãs da peixinha azul tenham lembrem da frase: “Se você não fizer nada, então nada vai acontecer”! Sim ela foi dita por Dory para seu amigo Marlim enquanto o mesmo procurava seu filho Nemo. Dory foi tão protagonista na primeira animação que ganhou uma outra com seu nome na continuação da história. Indico estes filmes pois elas refletem bem o fato de que mesmo com limitações, sempre temos a escolha de seguir em frente ou não. Dory é um exemplo de alguém que vive a vida de forma leve, vivendo o agora e não deixando que suas limitações a impeçam de seguir em frente. Ela não vê desafios, apenas oportunidades. Na história que leva seu nome, há um momento que Marlim e Nemo se forçam a agir como a amiga para tentar encontrá-la, e se fazem a pergunta: “O que a Dory faria? Uma coisa é certa: ela não desistiria”. Que possamos nos fazer a mesma pergunta diante das dificuldades que surgirem. E se houver dúvida, faça como ela: continue a nadar, não desista!

Originalmente publicado em Personare: https://www.personare.com.br/aprenda-a-viver-o-ano-novo-todos-os-dias-m37810

TERRIBLE TWO: APRENDA A LIDAR COM A ‘CRISE DOS DOIS ANOS’

Três dicas para agir na hora da birra dos bebês


 A relação entre pais e filhos sempre traz novos desafios. Geralmente se inicia antes do nascimento, no planejamento da gravidez ou na adaptação ao novo ser que está para chegar. Uma oportunidade de crescimento e evolução para pais e filhos. Uma das fases mais desafiantes é a que ocorre entre dois e três anos e que alguns especialistas nomeiam como “terrible two”, “crise dos dois anos” ou ainda “adolescência infantil”. De repente aquele ser tão frágil e delicado, totalmente dependente de você, começa a gritar, bater e chorar compulsivamente por motivos irrelevantes ao nosso olhar. Achamos que erramos em tudo que havia sido feito até o momento para gerar aquele pequeno tirano que surge em nossa frente. Por volta dos dois anos, aquele bebezinho que era atendido em todas as suas necessidades começa a perceber que ele e a mãe não são um único ser Achamos ainda que precisamos rever todas as nossas técnicas e habilidades, apelamos para livros e manuais com dicas de “como fazer”. Muitas vezes precisamos apenas parar e nos conectar com o que ocorre no interior daquela pessoinha – e, claro, no nosso íntimo também.

O BEBÊ E SUAS PRÓPRIAS EMOÇÕES

 Percebo que o que mais nos atrapalha é a velha máxima: “O que os outros vão pensar de mim?”. Estamos sempre querendo nos mostrar como pais perfeitos, e quando o “nosso” filho não age conforme esperado as cobranças internas, que irão se refletir no externo, começam a acontecer. Mas estamos diante de um ser em formação que chega a um novo mundo precisando aprender sobre tudo, inclusive sobre suas emoções. Por volta dos dois anos, aquele bebezinho que era atendido em todas as suas necessidades começa a perceber que ele e a mãe não são um único ser. Percebe ainda que precisa lidar com emoções que não tinha consciência e que surgem de repente. Se sente fome, sono ou algo o chateia, a criança ainda não tem o recurso que os adultos têm – ou ao menos deveriam ter – de lidar de forma prática com as questões. Eles sentem e expressam da maneira instintiva que sabem: chorando, gritando ou batendo. E é neste momento que, em um segundo, as águas calmas se transformam em um tsunami. Muitas vezes basta um não para ficarmos diante de reações intempestivas e totalmente imprevisíveis, que nos fazem fantasiar mil maneiras inconvenientes e impronunciáveis sobre como nos livrar daquela situação. Então respiramos fundo e lembramos que ali tem apenas uma criança em desenvolvimento e que se alguém precisa ter as emoções sob controle somos nós, adultos. 

TERRIBLE TWO: E QUANDO ACHAMOS QUE NÃO PODE PIORAR…

 Então chega a adolescência. E não, não se passaram 12, 14 anos! Ela também existe na infância e ocorre por volta dos três anos, podendo durar até os cinco. Nessa fase, eles querem fazer tudo sozinhos. Se acham independentes e não aceitam ajuda em nada. Aqueles rompantes emocionais de outrora vão surgir a cada vez que você tentar impedi-los de fazer o que desejam. Agora é o momento dos filhotes reafirmarem a independência. O processo interno ainda é de reconhecimento e exploração das emoções. Contudo, conforme o tempo passa, as crianças vão se apropriando dos sentimentos que são nomeados e conscientizados pelos adultos que as cercam.

 RESPEITAR A INDIVIDUALIDADE SEM COMPARAÇÃO

 Todo este processo irá acontecer de formas diferentes para cada criança. Não adianta querer enquadrar o filho em um manual de desenvolvimento infantil saudável. Cada um irá se desenvolver à sua própria maneira e em seu ritmo. Todas irão passar pelas reações tempestuosas em algum momento, pois faz parte do desenvolvimento, descoberta e regulação das emoções. Mas a forma como cada criança vai passar é diferente. Por isso é impossível definir uma idade exata. Alguns com um ano e meio já demonstram o carrossel de emoções. Outros passam por estas fases de forma mais amena e tranquila. Não há regra. O fato de ter irmãos ou não também pode influenciar muito a dinâmica. O importante é não comparar e não nos apegarmos a ideias fixas e expectativas.

 CUIDADO PARA NÃO PREJUDICAR A AUTOESTIMA DO SEU FILHO

 É comum que os pais peçam, em meio ao turbilhão emocional dos filhos, que eles “engulam” o choro, que ofereçam algo caso parem de chorar ou algo do tipo. Sei que é tentador querer parar um descontrole emocional da criança assim que ele começa, mas estas atitudes parecem resolver a curto prazo, mas podem ser extremamente prejudiciais ao longo do desenvolvimento da criança. O que comunicamos com isso é que eles não podem sentir o que sentem, então criamos adultos que escondem, não sabem lidar ou simplesmente desconhecem suas emoções. Há algo ainda mais grave implícito em recados deste tipo, como: “Você só é amado ou respeitado quando se comporta bem, ou como eu quero, segundo a minha visão.” Depois não entendemos como alguém pode ser tão emocionalmente dependente quando adulto e se sujeitar a relações afetivas disfuncionais e até abusivas. Ainda mais importante do que aquilo que falamos é o que fazemos. Se em um momento de raiva falamos algo que nos arrependemos depois, basta reconhecer, conversar e expressar seus próprios sentimentos à criança. Da mesma forma, as atitudes agressivas e repressoras podem falar mais que qualquer elogio ou palavra bonita.

 ESTEJA CONSCIENTE DO MOMENTO PRESENTE

 O aprendizado é saber viver no desconhecido, se adaptar e agir com espontaneidade. A cada momento lidar com o desafio que surge como uma oportunidade de ensinar e também aprender algo sobre si. A primeira infância é a fase da criança na qual ela mais expressa tudo aquilo que está à sua volta. Perceber isto é um grande passo em nosso próprio desenvolvimento e evolução. Não podemos controlar como a criança vai reagir. Como nós reagimos a ela, sim. Se não conseguimos estar conscientes de nossas próprias emoções, como conseguiremos ensinar a elas como regular seus próprios sentimentos? Para esta tarefa, precisamos estar conscientes do momento presente, das emoções que emergem em nós e, principalmente, não levar para o lado pessoal. A criança nesta idade não faz nada para lhe provocar propositalmente. Ela é uma exploradora do mundo, aprendendo sobre emoções e até onde pode ir. Cabe aos pais e cuidadores propiciaram o ambiente seguro, respeitando e nomeando suas emoções e colocando os limites necessários. Não há um manual do que fazer para lidar com os momentos insanos dos pequenos. Mas o primeiro passo é estar consciente do momento presente. Muitas vezes é possível prever que o tsunami vai começar. Para isto podemos ficar atentos à rotina que a criança mantém e se algo está fora dos padrões. Assim, talvez seja possível evitar alguns rompantes emocionais desnecessários. Mas caso ele aconteça de repente, tente falar com seu filho calmamente ou apenas estar perto.

 TERRIBLE TWO: COMO AGIR NA HORA DOS ROMPANTES?

 Muitas crianças reagem de forma agressiva e podem se machucar, e é preciso contê-las. Talvez em um abraço firme, mas carinhoso. Caso ela se debata muito, certifique-se que não há nada próximo que ela possa se machucar e deixe que ela extravase a emoção. Muitas vezes a presença e o silêncio são suficientes para fazer o pequeno voltar a si. Alguns pais que ficam muito nervosos podem se afastar, avisando à criança que estarão ali por perto. Se estiver em um local público, não se intimide pelas pessoas e seus olhares julgadores. A sua relação com seu filho é mais importante que a relação com os estranhos ao seu redor. Ou seja, não há regras nem uma garantia do que irá funcionar. Você precisa sentir e experimentar. É importante se conectar com você e com seus próprios sentimentos, lembrar que diante de você está uma criança que precisa da sua ajuda. Se estiver sendo tomado pela raiva, frustração ou impaciência, respire por um instante e se pergunte: o que eu quero comunicar? Apesar de cada um reagir da sua maneira, tenho certeza que a resposta para esta pergunta não pode ser muito diferente de: amor. Educar filhos é um desafio para uma vida toda. E em cada fase haverá suas particularidades e aprendizados. O essencial é saber curtir cada etapa com presença e amor. Assim poderemos aproveitar nossa própria jornada no autoconhecimento ensinando e aprendendo com nossos pequenos grandes mestres.

Publicado originalmente em Personare: https://www.personare.com.br/terrible-two-aprenda-a-lidar-com-a-crise-dos-dois-anos-m35123