quarta-feira, 30 de setembro de 2015

ALGUM PADRÃO FAMILIAR PREJUDICA SUA PROSPERIDADE?

Reflita se herdou dificuldades que impedem progresso na sua vida



É comum as pessoas chegarem ao meu consultório e desejarem uma mudança em alguma área da vida pela qual passa por uma crise ou conflito. Ao longo do processo elas refletem, fazem as tarefas solicitadas, mas, ainda assim, parece que continuam incomodadas pelas mesmas questões. Então, alguns se perguntam: "sabe aquela sensação que, por mais que queira e tome atitudes, sua vida não sai do lugar?" ou "é como se você estivesse preso em porta giratória e, por mais que tente, não consegue ir além". Talvez estas pessoas estejam vivenciando um fenômeno que o psicólogo francês Vicent de Gaulejac chamou de Neurose de Classe. 

Basicamente a neurose de classe é um mecanismo inconsciente que nos impede de ir além dos nossos antepassados. Já expliquei sobre a lealdade invisível neste artigo (Crises familiares), que diz respeito a algumas expectativas que existem e se fazem cumprir por todos os membros da família, e esta é uma das maneiras de ela atuar em nossas vidas. 

Mas como ela age e como identificá-la? Para saber se está preso nesta armadilha do inconsciente, analise profundamente suas questões, geralmente as profissionais e/ou financeiras. Responda as questões abaixo: 

Você ganha e perde dinheiro com facilidade? 
Tem histórico de falências em sua família? 
É o único da sua família que possui curso superior, mas não consegue se dar bem na carreira escolhida? 
Nunca consegue ser promovido, passar em provas, ou melhorar de emprego? 
Por mais que se qualifique, sempre sente que não está pronto para atuar em sua profissão? 
Ou consegue ter uma vida satisfatória profissionalmente, mas sente uma culpa inexplicável por ter uma boa situação financeira? 

Estas são apenas algumas questões que, se respondidas afirmativamente, podem ser indícios de que a lealdade invisível está atuando através da neurose de classe. 

CRISES E MEDOS QUE SOAM FAMILIARES PRENDEM VOCÊ À ZONA DE CONFORTO

Conscientemente queremos ter uma vida melhor que nossos pais ou avós tiveram. Mas como somos leais às nossas famílias, não nos permitimos o progresso, pois desta forma estaríamos traindo nossos antepassados. 

Além disso, existe o medo do desconhecido. Afinal, ficar em uma situação de crise ou conflito pode ser mais confortável, já que é mais familiar, do que mudar para uma vida que não sabemos o que nos espera. Parece incongruente, pois ninguém deseja sofrer. Mas o inconsciente cumpre as leis da família, e isto independe do sofrimento causado por alguma circunstância. É o caso das pessoas que vivenciam situações de sofrimento constante e ainda assim não conseguem fazer novas escolhas e realizar as mudanças almejadas. 

O mais difícil é romper com velhos padrões e regras da família para arriscar e traçar nosso próprio caminho. Mesmo porque pode ser uma questão de até 4 gerações passadas que vão se repetindo ao longo do tempo, até que alguém decida realmente realizar a mudança. Neste momento, a ajuda de uma psicoterapia que tenha este olhar sobre a família pode ser essencial. Apenas fazendo a árvore genealógica, identificando os padrões familiares e talvez realizando alguns rituais é que podemos honrar nossos antepassados e seguir um novo rumo em nossa caminhada. Negar as origens nunca será a solução. A ideia é compreender, aceitar e elaborar, para só assim conseguir realizar alguma mudança e sair do ciclo vicioso de caminhar sem sair do lugar. 

Originalmente publicado em Personare

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

CONFLITOS VISÍVEIS, LEALDADES INVISÍVEIS

COMO A REPETIÇÃO INCONSCIENTE DE CONFLITOS PODE SE PERPETUAR ATRAVÉS DE GERAÇÕES



Naturalmente todas as famílias estão sujeitas as crises ao longo de sua história, ou ciclo evolutivo. Mas não necessariamente estas crises precisam causar danos aos membros da família. As crises são momentos de instabilidade que são necessárias para impulsionar a família ao crescimento e evolução. Elas criam uma necessidade de reorganização das relações entre os membros e leva-os a descobrir novas regras para o funcionamento do sistema familiar.

Um dos pontos a ser observado é que geralmente, quando há alguma crise ou mudança de ciclo de vida familiar, é possível a constatação de algum padrão familiar que é transmitido através das gerações. É o que chamamos na Psicoterapia Familiar Sistêmica, de Padrões familiares transgeracionais.

A mudança do ciclo de vida e suas repercussões

Mas o que seriam os ciclos de vida? São as mudanças pelas quais toda família passa ao longo de sua existência. Como a saída de um filho de casa para morar sozinho. Ou um casamento. A entrada de um novo membro na família como o nascimento de uma criança. A saída de pessoas do sistema familiar com as mortes. Todos estes fatos representam uma mudança de ciclo de vida e são considerados estressores para qualquer família. A diferença é o modo como cada um vai se adaptar ao novo ciclo.

São nestes momentos que podem surgir padrões de repetição. Uma mulher que ainda não tem filhos e de repente engravida pode despertar o inconsciente para algum padrão disfuncional em relação a maternidade. Com isso, ela pode repetir com seu filho comportamentos que antes condenava em seus pais por exemplo. Ou ainda dois jovens que decidem se unir em um casamento. Os padrões de relacionamento que são aprendidos com a família de origem e não são bem elaborados são levados ao novo casamento podendo gerar conflitos ao novo casal.

Assim, cada nova etapa do ciclo de vida familiar, um novo desafio se apresenta aos membros do sistema. Cabe a cada um passar por essas transições sem deixar que as crises sejam de grandes proporções. Para isso é necessário que cada indivíduo possa compreender o legado transmitido pela família de origem, elaborando bem as questões não resolvidas em seus relacionamentos familiares, a fim de evitar que os problemas se estendam às relações afetivas ou se perpetuem na sua história individual.

A lealdade inconsciente que impulsiona à repetição

Contudo, há um fator de origem inconsciente que influencia sobremaneira nas repetições de padrões, e chama-se lealdade invisível ou inconsciente.

As lealdades invisíveis dizem respeito a algumas expectativas que devem existir e se fazer cumprir por todos os membros da família. É como um grande livro com bordas e escrita envelhecidas, no qual se contabilizam os créditos e débitos do grupo familiar, no qual conexões vão se estabelecendo entre as gerações, criando expectativas que irão influenciar todo o grupo familiar. Podemos pensar que cada membro que nasce, possui um papel pré-estabelecido e precisará cumprir com as obrigações e expectativas designadas pela geração anterior.

A lealdade invisível poderá permanecer no inconsciente do grupo e poderá se manifestar na mudança de uma etapa do ciclo de vida familiar, que como já descrito anteriormente, possui seus próprios fatores estressores. Uma das etapas mais estressantes é o nascimento do primeiro filho do casal e esta pode vir carregada de expectativas de ambas as famílias. Assim, os cônjuges podem iniciar seus conflitos a respeito dos papéis de cada um e da maneira como devem educar os filhos. Cada um pode desejar representar seus próprios papéis determinado por seus antepassados, fixando uma posição rígida para cumprir cada um a sua maneira sua lealdade ao seu grupo de origem.

Aceitar e re-elaborar o Legado

O legado familiar faz parte da história de qualquer indivíduo e, portanto, é inevitável. Contudo ele não precisa ser destinado aos descendentes de uma família como algo rígido e imutável. O legado deve ser elaborado internamente, comunicado, e, algumas vezes, reformulado, para que a família tenha maior flexibilidade e desenvolva padrões saudáveis de relacionamento.

Assim, com a herança familiar elaborada, cada membro familiar poderá compreender melhor suas escolhas e atitudes perante o outro. Os indivíduos poderão construir um contrato próprio quando na relação de casal, com os elementos que cada um deseja trazer de sua família de origem, aliados às experiências individuais de cada cônjuge. Desta forma, todos estarão cientes de suas atitudes e transformarão a relação, interrompendo o ciclo de repetição e transmitindo uma herança consciente e mais bem elaborada para as futuras gerações.

O mais importante é perceber que muitas vezes será necessário ser desleal ao sistema familiar para que o indivíduo possa ser leal consigo mesmo e assim reelaborar sua história e aproveitar o legado familiar de maneira mais consciente, madura e saudável. Com isso, ele ajuda a apaziguar não só seus próprios conflitos, mas em alguns casos e inconscientemente, os conflitos de toda uma geração de sua família.



Publicado em Personare com adaptações.

COMUNICANDO DE FORMA POSITIVA

COMO A MANEIRA DE OUVIR E SE COMUNICAR INFLUENCIA NAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS


Aos poucos tenho trazido para vocês um pouco sobre a psicologia positiva. Hoje quero falar de como ela pode ser importante para melhorar seus relacionamentos. Nossa comunicação interpessoal está ficando cada vez mais difícil. É comum vermos casais sentados um ao lado do outro sem trocarem uma palavra enquanto estão trocando mensagens pelas redes sociais. Isso quando não se trata de uma família inteira em silêncio ao redor de uma mesa. Com isso as pessoas aos poucos vão desaprendendo a falar de forma assertiva o que desejam, pensam ou sentem.

Entretanto, a discussão da relação (“DR”) continua sendo temida e evitada (e as vezes motivo de piada), já que pressupõe-se que para ela ocorrer é sinal de que algo na relação não vai nada bem, pelo menos para um dos lados. Contudo, o que Shelly Gable, professora de psicologia da Universidade da Califórnia, pesquisou, foi que mais importante que saber conversar quando há um conflito é saber comunicar-se bem nas situações positivas. Ou seja, a forma como você comemora, pode ser mais preditivo de relações duradouras do que a maneira como você briga.

A ideia principal é saber ouvir o outro. Mas não basta ouvir, é preciso responder de forma mais positiva. Com isso, segundo a Psicologia Positiva, existem quatro formas básicas de responder, mas apenas uma delas fortalece os relacionamentos. São elas: Resposta Ativa e Destrutiva; Resposta Passiva e Destrutiva; Resposta Passiva e Construtiva; Resposta Ativa e Construtiva. A partir de um exemplo vamos ver como seria cada resposta.

Seu parceiro, amigo ou filho conta o seguinte fato positivo: “Acabei de ganhar mil reais em uma rifa que comprei para ajudar uma instituição.”

- Resposta Ativa e Destrutiva: “Aposto que você terá que pagar impostos sobre esse dinheiro. E quem fez a rifa está rindo dos bobos que compraram pois certamente ganharam muito mais do que essa ninharia.” Não verbal: mostra emoções negativas.

- Resposta Passiva e Destrutiva: “ah é... Eu tive um dia horrível no trabalho, e estou cheio de dívidas, nada de bom acontece para mim...” Não verbal: Pouco contato visual, dá as costas.

- Resposta Passiva e Construtiva: “Que bacana.” Não verbal: Pouca ou nenhuma expressão emocional.

- Resposta Ativa e Construtiva: “Puxa, que legal! Como foi que comprou essa rifa? É tão bom ganhar algo que não esperamos né? Dá para você fazer um monte de coisas bacanas! Viajar, comprar algo legal, investir! Espero que aproveite bastante sua sorte! Não verbal: mantém contato visual, mostra emoções positivas.

Resumindo:

CONSTRUTIVO
DESTRUTIVO
A
T
I
V
A
Quem responde mostra entusiasmo, excitação, faz perguntas, se mostra interessado, reforça positivamente, leva a conversa adiante, faz contato visual e sorri.
Quem responde endossa apenas o negativo. Encontra algum problema na questão que é dita. Sempre enxerga o lado ruim primeiro. Não apoia, mas critica.
P
A
S
S
I
V
A
Quem responde pode até sorrir e reconhecer, mas logo silencia como se não conseguisse render o assunto. Geralmente não tem muita expressão.

Quem responde mostra-se desinteressado, desvia, muda de assunto e faz pouco contato visual. É como se ignorasse o que o outro acabou de dizer.

Infelizmente as respostas destrutivas são muito comuns em nossas relações afetivas. E se não aprendemos a dar respostas ativas construtivas, pois muitas vezes nem recebemos esse tipo de resposta ao longo da vida, precisamos praticar para criar o hábito. Assim sugiro a vocês que treinem bastante. O primeiro passo é ouvir atentamente (e verdadeiramente) a quem lhe conta algo. Esse é o primeiro passo e geralmente o mais difícil pois também não fomos acostumados a ouvir os outros. Quando ouvir verdadeiramente tente responder animadamente, com incentivo, focando no positivo. Se não conseguir ainda ser ativo, ao menos não seja destrutivo em seu comentário. Se quiser escreva por algumas semanas sobre alguns diálogos, como respondeu e como poderia ser diferente. Com esta prática constante você perceberá como suas relações serão mais positivas. As pessoas desejarão estar mais ao seu lado. Assim, para que uma relação à dois seja fortalecida, mais do que aprender a brigar bem, é saber comunicar melhor. Com isso uma relação afetiva que pode estar boa, certamente ficará ainda melhor!



segunda-feira, 27 de julho de 2015

CONASEM - Dia 27/08 a 02/08 (Online e Gratuito)

Segue o link de acesso para TODAS as Palestras do CONASEM. Lembrando que o Congresso vai do dia 27/07 ao dia 02/08. Serão de 02 a 03 palestras por dia. Para assistir, basta clicar no link da palestra desejada no horário indicado. 

Coloque aí no seu despertador para não perder nenhuma! ;-)


PS.: Caso você tenha perdido alguma palestra, ou queira assistir as palestras quantas vezes quiser e na hora em que quiser, além de ganhar bônus exclusivos da MMP, basta você adquirir o Acesso VIP (CLICANDO AQUI)] ** Ao final dos links da palestra há uma descrição do que você irá adquirir com o Acesso VIP.



Palestra:
Como Usar seus Traumas Emocionais para se Fortalecer - Luciana Viana

Dia 27/07 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Como Ter Controle Emocional em Momentos Difíceis - Laura Bartelle

Dia 27/07 as 19h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
De Pedra a Diamante - Elis Busanello

Dia 28/07 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
5 Erros mais Comuns que Interferem no Autoconhecimento - Maria Cristina Gomes

Dia 28/07 as 15h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Como saber a sua Idade Emocional para que as suas Relações sejam Claras e Felizes - Rosário Ortigão

Dia 28/07 as 19h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Atitudes Fundamentais para você conquistar uma Autoimagem Poderosa - Carmen Janssen

Dia 29/07 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
6 Formas de usar a Frustração como Alavanca para a sua Vida Emocional - Inessa Franco

Dia 29/07 as 15h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Pronta para Atrair o Parceiro Ideal para a sua vida? - Creusa Brigatti

Dia 30/07 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Como se Preparar para o Amor sem Cometer os Mesmos Erros - Miria Kutcher

Dia 30/07 as 15h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Como utilizar a sua Autoestima para Superar seus Trauma Emocionais - Salua Ghonaim

Dia 31/07 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar



Palestra:
O Caminho da Autotransformação - Ilka Lusieux

Dia 31/07 as 15h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Encontre o seu Propósito e seja mais Feliz - Liliane Vieira

Dia 01/08 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
O Segredo para Eliminar a Dor da Culpa em 5 Passos - Verônica Veras

Dia 01/08 as 15h


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Palestra:
10 Coisas que Você Precisa Saber para Superar seus Desafios Emocionais - Ana Paula Carmo

Dia 02/08 as 09h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
O Poder do seu Propósito de Vida - Maju Canzi

Dia 02/08 as 15h

CLIQUE AQUI para acessar


Palestra:
Porque Toda Mulher Deveria Sofrer e Se Decepcionar - Cintia Souza

Dia 02/08 as 19h

CLIQUE AQUI para acessar



**Descrição do Produto do Pacote VIP

O Acesso VIP do CONASEM é uma área de membros com as gravações de todas as palestras. As palestras irão ao ar no dia 27/07 a 02/08 e também com seus respectivos áudios.

O congresso conta mais de 12 palestrantes experts em dores emocionais e autoestima de todo o Brasil.

A área VIP possui bônus exclusivos:

Certificado de Participação no Congresso (enviado para o seu e-mail após o término)
Arquivo MP3 com os áudios das palestras
Livro Digital: 15 Ferramentas para Elevar a sua Autoestima
1 Exercício prático de Reprogramação da sua autoimagem de negativa para positiva
Comunidade exclusiva e fechada no facebook
SUPER BÔNUS EXTRA: 1 Sessão de 1 hora de Coaching ao vivo pela internet com a Cintia Souza, que atualmente é a Coach número 1 de Autoestima e Superação Emocional para mulheres no Brasil, segundo avaliação das suas dezenas de clientes satisfeitas, para você avaliar seu estado emocional.




sexta-feira, 10 de julho de 2015

I Congresso Nacional de Superação Emocional da Mulher

VEM AÍ!!
De 27/07 a 02/08
Online e Gratuito!

Em breve mais informações!

DIVERTIDA MENTE: VIVENDO AS EMOÇÕES SEM JULGAMENTO

Filme da Disney mostra importância de aceitar todo tipo de sentimento 



Venho percebendo no meu trabalho no consultório o quanto as pessoas estão se privando de vivenciar emoções nomeadas como negativas. De um lado estão a alegria, o entusiasmo, a coragem e a tranquilidade que todos almejam viver constantemente; e do outro estão aquelas emoções que geralmente são evitadas e vistas como algo ruim, como a tristeza, o medo e a raiva. Há uma crença, principalmente entre pais de crianças e pré-adolescentes, que a alegria deve ser uma constante na vida dos filhos. 

Sem querer, estamos ensinando às crianças e adolescentes a negar os sentimentos, ao invés de aceitá-los. Então, uma lágrima ou um gesto de agressividade já é motivo para procurar a terapia. Vejam que este é meu trabalho e, ainda sim, me incomoda esta não-aceitação de um lado nosso que diz respeito à natureza de cada um. Afinal, somos seres humanos ou não? 

DIVERTIDA MENTE FAZ REFLETIR SOBRE O PAPEL DE CADA EMOÇÃO 

Vivemos com o sentir. Tudo pode nos causar algum tipo de emoção e isso, de certa forma, é um grande privilégio. E para nossa sorte, o novo filme da Disney, Divertida Mente (Inside Out), traz esta mensagem de maneira lúdica, simples e profunda. Ele nos faz refletir que cada emoção tem seu papel e todas elas são importantes e necessárias. Tanto a tristeza, a raiva, o medo e o nojo precisam ser vivenciados, assim como a tão esperada e desejada alegria! Não podemos ser alegres o tempo todo, pois assim estaríamos negligenciando uma parte de nós, de quem somos e do que nos faz crescer, aprender e evoluir. 

E com este equívoco de querer eliminar a emoção negativa, acabamos por abrir espaço para que outros sentimentos tomem as rédeas, o que pode causar ainda mais problemas. Então, um excesso de raiva pode ser algumas vezes uma tristeza não vivenciada. Ou simplesmente um dia, por acreditar que só a alegria deve reinar, nos vemos incapaz de sentir e experimentar. E é aí que o nosso mundo interno cai em ruínas, causando ainda mais transtornos e sofrimento. 

Recomendo a animação para que ela possa ser alvo de reflexões, e por que não, discussões em família. Alguns dizem que o filme não foi direcionado para as crianças. Concordo que os mais novos podem não ter ainda a estrutura para compreender a complexidade das emoções que existem em nós. Mas mesmo os menores precisam lidar com elas desde cedo para que cresçam mais seguros e autoconfiantes de que podem expressar sem problemas o que sentem. Assim, acho que é um filme para a família, das crianças até os mais velhos. Pois para expressar e viver as emoções em todos os seus aspectos não há idade. Pelo contrário, é um aprendizado constante o qual todos precisamos lidar de forma constante.

Originalmente publicado em Personare

segunda-feira, 9 de março de 2015

Cuidando dos nossos universos


Temos três universos que precisamos cuidar de maneira constante. O universo pessoal, o conjugal e o familiar. Se investimos toda nossa energia e atenção à apenas um deles, desequilibramos a balança e nos tornamos inflexíveis. É preciso cuidar de cada área, sem deixar a outra de lado. A tendências é que a vida pessoal fique em último lugar quando entramos numa relação conjugal. Acreditamos que temos que virar um, sendo que a conta de 1 +1 não pode ser 1, nem 2, mas sim 3. Enfim você tem uma história, da mesma maneira que o outro, e ao se unirem precisarão construir uma nova relação juntos.

Sobre a relação entre os universos pessoal e conjugal, Khalil Gibran que tem um lindo texto sobre a relação com os filhos, também nos apresenta uma sobre nossas relações amorosas:

Vós nascestes juntos, e juntos permanecereis para todo o sempre.
Juntos estareis quando as brancas asas da morte dissiparem vossos dais.
Sim, juntos estareis até na memória silenciosa de Deus.
Mas que haja espaço na vossa junção
E que os ventos do céu dancem entre vós.
Amai-vos um a outro, mas não façais do amor um grilhão:
Que haja antes um mar ondulante entre as praias de vossas almas
Enchei a taça um do outro, mas não bebais na mesma taça.
Dai de vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço.
Cantais e dançai juntos, e sedes alegres, mas deixai cada um de vós estar sozinho.
Assim como as cordas da lira são separadas e, no entanto, vibram na mesma harmonia.
Dai vossos corações, mas não os confieis à guarda um do outro.
Pois somente a mão da vida pode conter vossos corações.
E vivai juntos, mas não vos aconchegueis em demasia;
Pois as colunas do templo erguem-se separadamente,
E o carvalho e o cipreste não crescem à sombra um do outro.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

O LIMITE ENTRE SONHO E OBSESSÃO

Filme Whiplash ajuda a refletir sobre os limites para se atingir um objetivo


"Whiplash - Em busca da perfeição" (Whiplash/2014), um dos candidatos a melhor filme no Oscar 2015, é um filme incômodo. Não pelas cenas ou atuações (que são excelentes), mas pelo o que ele provoca. A história se dá em torno do jovem Andrew (Miles Teller) que busca ser um baterista de sucesso, e sua relação com um professor exigente e mestre do jazz Terence Fletcher (JK Simmons, que concorre ao Oscar de melhor ator coadjuvante). 

O incômodo ocorre pelo caminho que o longa-metragem segue. Poderia ser mais um filme de um jovem que deseja realizar um sonho e precisa atravessar dificuldades para alcançar o que almeja. Mas o seu diferencial é justamente ir além e provocar a reflexão sobre o que separa um sonho de uma obsessão, e até onde devemos ir na busca por um objetivo. 

SEGUIR O PRÓPRIO CAMINHO OU ATENDER ÀS EXPECTATIVAS ALHEIAS? 

Como tudo em nossa vida, sempre podemos olhar a história por ângulos diferentes. Alguns podem julgar e pensar que nunca iriam se sujeitar ao que o protagonista Telles aceitou para obter a aprovação de um grande mestre. Outros julgariam os métodos de Fletcher. Talvez os personagens Telles e Fletcher representem os extremos, já que ambos são inflexíveis em algum ponto e acreditam que há apenas um caminho que nos leva para onde desejamos ir. 

Porém, o garoto Telles tem uma única certeza e não mede esforços para realizar o que tanto almeja. Então, convido-os a pensar além das partes e ampliar o olhar para o todo que o filme representa. 

Quantas vezes em nossas vidas somos limitados pelos outros? Muitos crescem com carreiras e caminhos já definidos pela família, como se houvesse a obrigação de perpetuar os papeis e convenções familiares. Ou então, quando fazemos uma escolha muito diferente do convencional, o apoio tão esperado da família a favor da nossa decisão nunca chega. O normal é sermos dissuadidos de realizar grandes feitos ou de tentar seguir nosso próprio caminho, independente de algo ou alguém.  
BOM É MELHOR QUE ÓTIMO

Por outro lado, quem disse que só seremos felizes alcançando a perfeição? Nós nos cobramos demais, e mesmo que a realização do nosso sonho esteja próxima, é como se a jogássemos para longe, por não nos sentirmos merecedores dela. 

Um dos lemas da Psicologia Positiva é o de que o bom é melhor do que o ótimo. E talvez possamos alcançar mais facilmente nossos objetivos se deixarmos de lado o ideal da perfeição. 

Mas qual seria o limite entre um sonho e uma obsessão? A verdade é que a resposta é de cada um. Definitivamente, não é possível enquadrar todos em apenas um padrão. Cada um tem uma história de vida, aprendizados e uma maneira única e singular de encarar seus problemas. Talvez, para atingir aquele sonho que tanto almeja, você precise apostar todas as fichas. Ou, então, precise ter perspectiva e saber que há outros caminhos que podem levar a um mesmo lugar. A única certeza é a de que devemos ter sonhos e traçar os objetivos para alcançá-los. E neste momento, mesmo que os outros lhe digam para desistir por ser impossível, você pode ir além. Talvez seja impossível mesmo. Mas, se não tentar, como irá saber?


Texto originalmente publicado em Personare

UM RELACIONAMENTO EXEMPLAR OU NÃO?

Filme Garota Exemplar provoca questionamentos sobre os conflitos na relação de casal


Um longa que merece ser visto é Garota Exemplar (Gone Girl/2014), baseado no livro homônimo da jornalista americana Gillian Flynn. Talvez os grandes fãs de suspense considerem que as coisas demorem muito para acontecer. Mas, para quem quer entender como certas dinâmicas de casal podem ser doentias, é um prato cheio. A história é sobre o casal Amy Dunne (Rosamund Pike, que concorre ao prêmio de melhor atriz no Oscar 2015) e Nick (Ben Affleck). Ela desaparece no dia do aniversário de casamento, e o marido torna-se o principal suspeito. O filme se desenrola sempre em clima de tensão, e as revelações sobre o casal são feitas aos poucos. 

A personagem de Rosamund Pike é intrigante. Seus pais escreveram um livro sobre alguém que seria supostamente uma versão melhorada dela, uma garota exemplar. E é essa imagem que ela carrega para si e para o seu relacionamento. Mas o que parece ser um conto de fadas vai se desfazendo com fatos e comportamentos que são gradativamente desvelados. Somente após vivenciarem uma crise, Nick passa a conhecer Amy. 

SEM DIÁLOGO, NÃO HÁ RELAÇÃO SAUDÁVEL 

A relação complicada desta dupla nos leva a refletir sobre tantos casais que fingem ter uma relação (real) a dois. Alguns até acreditam que ela exista, mas trata-se de uma ilusão que não se sustenta por muito tempo e acaba trazendo conflitos e sofrimentos. Quando não há diálogo, não é possível ter uma relação saudável. Conversar sobre dificuldades, medos e fraquezas é importante. Caso contrário, ficamos tentados a acreditar que o outro é perfeito, que não há problemas e que podemos ter o relacionamento ideal! Doce ilusão. Não há relações perfeitas - elas são construídas a partir de experiências que são vividas, elaboradas e compartilhadas a dois. 

Algo importante, que parece ter sido descartado na história dos personagens, é que não existem relações sem conflitos. Uma relação entre um casal sempre será permeada por crises. Acontece que elas não precisam destruir a relação, pelo contrário: o que fazem é fortalecê-la e torná-la mais madura quando os envolvidos se voltam para elas. Por outro lado, caso tais crises sejam ignoradas, podem se tornar tão grandes que ficam cada vez mais difíceis de serem resolvidas ou ao menos encaradas. 

REPETIÇÃO DE COMPORTAMENTO FAMILIARES 

A questão é que a união entre duas pessoas compreende muito mais do que só o casal. Toda a família está envolvida. Nossos aprendizados a respeito de como devemos nos relacionar com o outro começam na família de origem e são refeitos e reformulados ao longo de nossa vivência. Não há como negar essa influência que todos trazemos, assim, precisamos estar conscientes de que ela existe e de que podemos sempre fazer de uma nova maneira. 

Uma relação nova é sempre recheada de idealizações. Isso é comum e perfeitamente natural. O problema é quando não olhamos para o real, tanto no outro quanto em nós mesmos. Afinal, se não conseguimos olhar para quem somos verdadeiramente, como vamos conhecer quem o outro realmente é? 

O processo de autoconhecimento começa em nós. Precisamos entender quais são os padrões que nos moldam e permeiam nossas relações afetivas, caso contrário, repetiremos comportamentos e sempre atrairemos pessoas semelhantes. Uma relação saudável não pressupõe a ausência de conflitos, mas a capacidade e a maturidade de cada um para lidar com eles.

Texto originalmente publicado em: Personare

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

O NOSSO IDEAL NÃO É O IDEAL DO OUTRO

Filme ajuda a refletir sobre a importância de respeitarmos a vivência de cada um


Antigamente era comum que todos cuidassem uns das vidas dos outros. Principalmente em família tudo tinha que ser compartilhado e todos podiam dar opiniões na vida alheia. Então os tempos mudaram e definitivamente a privacidade não é mais a mesma. Outrora tão desejada, a privacidade passou a ser artigo de luxo em tempos de redes sociais. E aí vem a enxurrada de recomendações ou quase obrigações. NÃO PODE ficar sozinho! DEVE ficar sozinha! PRECISA se alimentar bem! SEJA feliz! FAÇA isso, ou faça aquilo! Somos bombardeados a cada momento sobre o que devemos ou não fazer, para sermos isto ou aquilo... receitas, receitas e mais receitas. 

Já disse por aqui que não tenho nada contra as “receitas”, ou seja, as dicas e ferramentas para aumentarem nosso bem estar e autoconhecimento. Mas como qualquer receita, não significa que o que funciona bem para um funcionará bem para o outro. As receitas podem e devem ser mudadas a gosto do freguês. 

Então me lembro de um filme de 2007, mas que ilustra de maneira tocante esta questão. Garota ideal (Lars and the Real Girl/2007) conta a história de Lars Lindstrom (Ryan Gosling) um homem introvertido, que vive na garagem de seu irmão mais velho, Gus (Paul Schneider), e sua cunhada Karin (Emily Mortimer). Ele vive sua vida sem muito contato com o outro, e em algum nível todos tentam influenciá-lo para que tenham uma vida mais sociável. Lars então inicia uma relação, que ele acredita ser real, com Bianca, uma boneca inflável. A médica da família sugere que todos entrem na “ilusão” dele até que ele não precise mais dela. 

O filme tem seus toques de humor, mas também faz a gente pensar. Por ser pressionado a ter uma relação o personagem precisou dar uma satisfação à sociedade tendo então um relacionamento. Com o decorrer da trama vamos entendendo melhor o protagonista que demonstra o quanto é difícil se relacionar pelo medo de perder. Ele faz pensar o quanto cada um escolhe seu próprio caminho para superar uma adversidade, mesmo que não seja algo convencional ou que todos aconselham. 

Além disso, podemos refletir sobre o quanto invadimos a vidas dos outros dando conselhos e sugestões baseadas em nossas próprias vivências e nos esquecemos que, como diria Caetano “Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é”. Lars precisou de seu próprio tempo para superar suas dores. Ele usou de um recurso para isso, mesmo sendo criticado inicialmente, ele sabia do que precisava. Muitas vezes, as pessoas não precisam de receitas, apenas de serem acolhidas, escutadas e respeitadas em suas dores e escolhas.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Notícias que Informam ou Exploram?


Recentemente assisti ao filme Abutre (Nightcrawler/2014) e achei interessante para comentar sobre o caminho da mídia de TV. O filme conta a história do jovem Louis Bloom (Jake Gyllenhaal) que enfrentando dificuldades para conseguir um emprego formal, decide entrar no agitado submundo do jornalismo criminal independente de Los Angeles. A fórmula é correr atrás de crimes e acidentes chocantes, registrar tudo e vender a história para veículos interessados. * 

O filme faz pensar sobre a maneira como as informações chegam até nós e como a recebemos. Impressionante o que o Louis faz para obter uma grande reportagem. Sem nenhuma ética com o outro ele usa do que for necessário para obter as melhores imagens. E age sempre com uma frieza impressionante (Uma das melhores atuações do ator na minha opinião). 

Mas o que temos haver com isso? Fico pensando sobre tudo que é transmitido nos canais de jornalismo (sem falar da mídia impressa que não fica de fora). A manipulação ficou evidente para alguns após as últimas eleições, mas a transmissão de tragédias, crimes brutais e acidentes fatais nunca foi questionada. Afinal a mídia precisa informar certo? E nós nos alimentamos disso e com isso alimentamos nosso medo e insegurança com tudo. 

Quanto pior a tragédia, mas a notícia é transmitida e jornais são vendidos. Então sim, quem alimenta a forma como essas notícias são buscadas somos nós. Se existem jornalistas como o Louis, o que não duvido, é porque as pessoas compram a ideia. Em certo nível é como os paparazzi atrás de celebridades... Onde está o limite? Qual o limite do informativo e do “explorativo”. Quantas vezes uma mesma imagem de tragédia precisa ser transmitida, e com quantos detalhes, para que as pessoas estejam informadas? 

Então alguém pode pensar: Mas se não somos informados disso viveremos em um mundo irreal ignorando o que ocorre lá fora. A questão é que não existe um lá fora separado do que está dentro. Se informar é uma coisa, mas se nutrir apenas de notícias negativas é outra. Pois com isso passamos a acreditar, e as vezes, até a agir, como se o mundo fosse terrível cheio de misérias, pessoas más e coisas ruins por toda a parte. Porque o que é agradável não é rentável para as emissoras de televisão. Mostrar pessoas felizes, fazendo coisas boas uns aos outros e pelo planeta, não vende. Informações sobre saúde e bem estar, estão disponíveis apenas para quem é assinante de alguma TV paga e em alguns canais específicos. O que é visto são os jornais da tarde e noite. Aqueles que as pessoas assistem quando estão fazendo uma refeição. Enquanto alimentam seu corpo, se alimentam psiquicamente de crimes e tragédias. 

Penso que em nada mudará sua vida se deixar de assistir ao noticiário na televisão. Isso não é alienação, pelo contrário, é talvez entrar em contato com o que realmente importa, aquilo que se passa ao seu redor, com sua família, com as pessoas que lhe amam e com você mesmo. E não pense que é egoísmo pois você pode muito bem pensar nos outros de maneira mais positiva. Claro que há pessoas morrendo todos os dias pelos mais diversos fatores, e a cada noite podemos elevar nossos pensamentos a elas independente do motivo. A dor existe. E sofre quem perde alguém por alguma doença em uma cama de hospital, tal qual alguém que passa por alguma violência ou tragédia. Os sofrimentos são diferentes pois são únicos, mas não é a maneira da morte que faz com que sejam diferentes, mas o sentimento de cada um que deve ser respeitado. E muitas vezes em um momento que deveria ser de luto e recolhimento há notícias e imagens espalhadas por todos os lugares. E para quê? 

A questão é que também há muitas pessoas vivas, nascendo a cada momento e que esperam um mundo melhor. E este mundo está sendo feito a cada instante. Por mim, por você e por todos nós. Então contribuirmos efetivamente para que ele seja melhor, também é viver a vida de maneira mais positiva e atuante. Deixemos de ser expectadores de tragédias para sermos os protagonistas de nossas vidas e de um futuro melhor para nosso planeta! 


 *Fonte: Adoro Cinema

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

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