segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

COMO SUPERAR UM CORAÇÃO PARTIDO?

Conheça ferramentas que ajudam a entender as questões inconscientes que prejudicam a relação

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Proponho que você imagine a seguinte cena: você conhece aquela pessoa que acredita ser o amor da sua vida. Porém, de repente ele ou ela vai embora e você se depara com a solidão. Pode ficar um tempo sofrendo pela perda, com o coração partido. Então, você encontra de novo outro alguém que faz seu coração pulsar mais forte. Você, então, pensa: “Agora vai dar certo!”.

Mas como uma reprise de um filme antigo tudo se repete e novamente há a dor de uma separação e de estar novamente só. Se este filme voltará a se repetir outras vezes, depende apenas de você. É possível interromper a repetição ao tomar consciência de quem você realmente é, do que espera da pessoa parceira, e qual a sua forma de se relacionar.

Talvez precise olhar para a síndrome do coração partido para compreender os motivos que o levaram a sofrer tanto. Para isso, pode ser importante rever os padrões de relacionamento pelos quais você se guia, as relações em sua família de origem e quais aspectos inconscientes podem estar te impedindo de estar livre para um relacionamento e seguir em frente após uma separação. O trabalho é todo seu, mas há ferramentas que podem ajudar.

ANTES DO CORAÇÃO PARTIR

Todos querem saber como superar uma separação e seguir em frente. O que se esquece é a importância de compreender como tudo se desenrolou até o momento da ruptura. Se esta atitude não for tomada é provável que a situação se repita no próximo relacionamento e isto dificulta ainda mais seu processo de superação no futuro. Assim, apesar de toda a dor que gera um coração partido, é preciso sentar, avaliar e refletir sobre o que ocorreu.


Muitas vezes, a pessoa que se percebe como abandonada se sente como uma vítima, como se não tivesse nada que poderia ter sido feito para mudar. Contudo, é comum que este, na verdade, tenha sido quem provocou a ruptura do relacionamento, mesmo que não tenha tomado a atitude do término. É claro que esta é uma dinâmica inconsciente, um processo de autoconhecimento pode desvelar para a pessoa esta percepção.


É possível perceber quando um relacionamento está chegando ao fim. Normalmente, sente-se que algo não vai bem e, ainda assim, evita-se olhar para o problema e o assunto é evitado. Desta forma, não podemos dizer que seja surpresa quando tudo desmorona e o coração quebra junto. Há sinais a serem observados, inclusive em você mesmo. E se ainda assim você se sente a vítima, talvez seja a hora de se atentar para os detalhes, compreender melhor e tentar assimilar qual é o grande aprendizado que a situação traz.


SÍNDROME DO CORAÇÃO PARTIDO: COMO EVITAR?

Ninguém entra em um relacionamento sem trazer uma “bagagem”. Cada um carrega consigo as crenças e padrões relacionais adotados em sua família de origem. Exatamente por isso surgem os desafios. São pessoas distintas se relacionando, criadas de forma completamente diferente e que agora buscam compartilhar uma vida em comum.


As expectativas podem ser completamente irreais de um ou ambas as partes. Assim, é importante, após o primeiro momento no qual a paixão domina, ter a serenidade para olhar para o outro tal como ele é.


A tarefa é desafiante porque muitas vezes necessita-se da criação de um novo modelo de relacionamento, diferente da família de origem. Isso pode gerar uma culpa inconsciente de estar sendo desleal. Mas é assim que nasce um relacionamento real e duradouro.


COMO SUPERAR UMA SEPARAÇÃO?

Existem questões que interferem na intensidade da dor de um término. Se a cada fim de relação você sente que é o fim do mundo, talvez esteja chorando por algo do passado que ainda não foi superado. É importante avaliar o caminho percorrido nas relações afetivas.


Geralmente a ruptura com o primeiro grande amor é mais dolorosa. Pode acontecer de você, na ânsia de amenizar a dor, mergulhe em outra relação antes de superar a anterior. E assim, você passa a esperar do novo compromisso algo que na maioria das vezes é impossível de obter. Avalie, então, a intensidade do coração partido e veja se é proporcional ao ocorrido.


Aceite que o luto precisa existir. É importante viver a dor e não ignorá-la. Recolha-se por um tempo. Faça uma revisão de tudo o que ocorreu. Tente perceber quais padrões moveram você e a pessoa parceira, qual a responsabilidade de cada um em tudo o que ocorreu. Assumir a sua responsabilidade é parte essencial no processo de crescimento, afinal é a sua vida e são suas escolhas.


FERRAMENTAS QUE AJUDAM NA SUPERAÇÃO

Há algumas ferramentas que podem ajudar no processo, indico a união do Ho’oponopono com a EFT (Emotional Freedom Thecniques), que ajudam a entender a origem da dor. Os pontos da EFT – técnica que utiliza as pontas dos dedos para estimular partes específicas do corpo – podem ajudar você a se lembrar de alguma etapa anterior de sua vida na qual também se machucou. Ao identificar a raiz da dor, permita-se liberá-la do seu inconsciente.

Se é a primeira vez que se depara com o coração partido, utilize a EFT para expor todo o sentimento presente na situação. Associe com o Ho’oponopono utilizando as quatro frases – sinto muito, me perdoe, eu te amo e obrigado – para cada aspecto da situação que percebe como negativo. Assim, você pode liberar toda a dor sem deixar nada pra trás e seguir em frente.


SEGUINDO EM FRENTE

Apesar do sofrimento, é possível continuar na mesma relação mesmo que o outro tenha partido seu coração. Faça um balanço para compreender o processo e perceber se havia expectativas irreais quanto ao relacionamento. Tente perceber se é você que não quer continuar e está apenas buscando uma saída sem sentir-se culpado. O mais importante é buscar a conexão com nosso eu verdadeiro. Conecte-se com a real intenção de perceber a dinâmica inconsciente por trás do ocorrido.

Talvez você se decepcione algumas vezes mais ao longo de sua vida afetiva.

LEMBRE-SE QUE A FRUSTRAÇÃO É SEMPRE DO TAMANHO DA EXPECTATIVA DE CADA UM.

Algumas vezes o outro não terá como oferecer o que você espera. Mesmo porque algumas necessidades que são levadas ao relacionamento afetivo advém da relação com os pais, por exemplo. Pode ser que você esteja esperando que a pessoa parceira preencha necessidades advindas de suas relações familiares.

Entrar em um relacionamento com questões anteriores mal resolvidas, talvez até de forma inconsciente, pode prejudicar bastante a relação e levar ao término. Afinal, ninguém é capaz de preencher as necessidades do outro. Cabe a você o trabalho de olhar para dentro e compreender as forças inconscientes que estão guiando suas escolhas. Aproprie-se de quem você é, daquilo que falta e o que você busca nas relações. Somente assim é possível ter maturidade nas escolhas e expectativas realistas em relação ao outro.

Artigo originalmente publicado em: https://www.personare.com.br/como-superar-um-coracao-partido-m42810 (23/02/2019)

Nasce uma Estrela: reflexões sobre o equilíbrio entre dar e receber


Resenha sobre filme indicado ao Oscar faz ligação entre a relação dos personagens e as leis da Constelação Familiar


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Nasce uma Estrela” ganhou sua quarta versão em 2018. O filme, elogiado pelo público e crítica, é estrelado por Lady Gaga e Bradley Cooper. Com um enredo consistente e profundo, trata de assuntos delicados de forma sensível e. No decorrer da história, é possível perceber como o contexto familiar é responsável por criar movimentos que interferem na vida e nos relacionamentos dos personagens.

O filme poderia ser definido como a jovem talentosa que conhece um músico famoso e decadente. Eles se apaixonam instantaneamente e ele é responsável por lançá-la ao estrelato. Mas, nesta versão mais recente, esse resumo não comportaria a grandeza que as relações familiares são tratadas.

O filme propõe algumas reflexões sob a ótica da constelação familiar, como a Lei do Equilíbrio entre dar receber.


A terceira Lei Sistêmica de Bert Hellinger: o equilíbrio entre o dar e receber


Bert Hellinger é o criador dasAs Leis Sistêmicas, propostas por Bert Hellinger são ordens que assumem um papel fundamental no equilíbrio das relações familiares. Hellinger, psicoterapeuta alemão que desenvolveu a teoria da Constelação Familiar, percebeu como esta lei atua nas relações amorosas ou em qualquer relação entre iguais. Quando não existe hierarquia dentro da relação (como ocorre entre pais e filhos, por exemplo) a lei do equilíbrio atua como balizadora entre dar e receber. Essa ordem faz com que as relações fluam de maneira saudável e satisfatória para ambos.

No filme “Nasce Uma Estrela”, é possível perceber como este equilíbrio começa a atuar para depois desaparecer, algo que é comum nos relacionamentos da vida real.

A personagem de Lady Gaga, Ally, conhece o cantor famoso Jackson Maine e eles logo se apaixonam. A princípio, Jackson oferece muito mais do que Ally pode retribuir, e lança a carreira da jovem, que se transforma em uma cantora reconhecida.

Durante o relacionamento, a dependência química de Jackson se intensifica e Ally, por sua vez, pode retribuir e cuidar do cantor quando o vício começa a afastá-lo dos palcos.

Em um dado momento, por conta da sua doença, Jackson não mais pode se doar para a“dar” na relação, e passa apenas a receber os cuidados de Ally. A crise maior se instala na vida do casal, quando ele se dá conta que sua parceira é capaz de abrir mão da própria carreira para apoiar o cantor.

O emaranhado na família de origem de Jackson Maine

Em diversos momentos do filme, o personagem interpretado por Bradley Cooper faz revelações sobre problemas e dramas familiares: uma mãe que morreu durante o parto e um pai alcoólatra, já são elementos suficientes para compor uma dinâmica familiar densa, que contribui para o fracasso do cantor.

Esta dinâmica pode ser explicada pelas duas outras Leis da Constelação Familiar: o Pertencimento e a Ordem/Hierarquia.

A Lei do Pertencimento

Essa lei determina que todos têm direito ao pertencimento, independentemente de suas ações. Caso alguém seja excluído, todo o sistema se desestabiliza e, geralmente, alguém precisa expiar a exclusão, ou seja, pode entrar em algum processo inconsciente de autossabotagem que o levará rumo ao fracasso. Esta seria uma maneira de incluir novamente aquilo que foi excluído do sistema familiar.

Assim, tanto a morte precoce da mãe, como o vício do pai do personagem Jackson, representam fatos que são comumente excluído em diversas famílias, já que são situações que geram dor e sofrimento.


A Lei da Hierarquia

Já a lei da hierarquia determina que quem chega antes ao sistema tem prioridade. Ou seja: é preciso honrar e respeitar aqueles que chegaram primeiro.

No filme, esta lei é violada. Em vários momentos, o cantor critica e julga o falecido pai por seus atos. Além disso, parece repetir a mesma dinâmica com o irmão mais velho. Esse comportamento é considerado como uma deslealdade ao sistema e, de forma inconsciente, a compensação ocorrerá de alguma forma.

O cantor se iguala ao pai em seu vício, o que pode ser entendido como uma forma de compensar essa deslealdade, se tornando igual a quem tanto criticou.

Culpa inconsciente

Ao analisar toda a dinâmica familiar que atuava sobre Jackson Maine, seria possível dizer que sua relação com Ally tendia ao fracasso. Nas versões anteriores do filme, talvez isso não fique tão evidente.

O fato de sua parceira ascender na carreira de forma meteórica não foi o que causou sua destruição. E sim, a dinâmica pela qual ele já estava envolvido e, infelizmente, não conseguiu perceber de forma consciente.

A culpa inconsciente por prosperar e viver de forma plena, enquanto os pais fracassaram ou morreram cedo demais, acompanha a vida de Jackson.

Assim, só o que restou ao cantor foi seguir o destino deles, de forma cega, por amor e lealdade.

O filme provoca uma intensa reflexão sobre as relações afetivas quando as leis sistêmicas são desrespeitadas. Fora isso, também nos mostra como os padrões familiares podem se repetir devido às lealdades inconscientes.

Desde que nascemos, nossa estrutura familiar exerce uma influência enorme em nossas crenças, gatilhos e comportamentos.

A Constelação Familiar acredita que somos regidos pelas ordens do amor e devemos honrar e reverenciar nossos ancestrais. Assim, para que a vida flua com leveza é preciso respeitar a hierarquia. Para isso, é importante perceber o equilíbrio de troca nas relações e não excluir nada nem ninguém, pois todos têm direito a pertencer.

Quando encaramos todas as situações ou questões que despertaram sofrimento, podemos desenvolver uma nova ótica sobre esses episódios e passamos a perceber alguns fatos e episódios com mais amor e cuidado.

Dessa forma, é possível ressignificar traumas e colocar em ordem uma série de questões que nos travam e nos causam sofrimento. Então, talvez um destino traçado de forma trágica possa ser alterado, desde que antes possamos reconhecê-lo e aceitá-lo tal como é.

Artigo originalmente publicado em https://www.personare.com.br/nasce-uma-estrela-reflexoes-sobre-o-equilibrio-entre-dar-e-receber-m42697 (21/02/2019)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Você vive se sentindo culpado? Saber origem da culpa evita autopunição

Aprenda a lidar com esse sentimento e resgate sua autoestima. Às vezes é preciso ajuda para se libertar

por Maria Cristina


Um dos grandes obstáculos para ter uma autoestima saudável é o sentimento de culpa, que pode causar angústia e impedir o avanço em direção aos seus objetivos. Sentir culpa é natural, mas geralmente há uma força inconsciente por trás. 

As culpas imaginárias e transgeracionais (transmitidas através de gerações da família) são as mais perigosas pois podem prejudicar aos poucos nossa autoestima e causar sentimentos de angústia e tristezas intensas. É necessário compreender esse sentimento e entender como ele surgiu, para buscar soluções e maneiras positivas de lidar com ele.

De onde vem o sentimento da culpa?

É necessário prestar atenção quando a culpa vem à tona e fazer algumas perguntas: 

Algo foi feito efetivamente para gerar este sentimento? 
Um fato ocorreu e alguém foi prejudicado? Ou é o seu próprio julgamento que lhe condena? 
Há um motivo para a culpa ou é simplesmente um sentimento com o qual você convive na maior parte do tempo?


Como resolver o sentimento da culpa

A culpa mais fácil de resolver é a concreta, que surge a partir de algum ato cometido. Neste caso, mesmo que seja doloroso, é uma oportunidade de aprender e melhorar a autoestima. Para isso é preciso ter integridade e reconhecer o erro cometido. Caso alguém tenha sido prejudicado, faça algo para reparar ou minimizar os danos. Procure entender os motivos que te levaram a agir desta maneira, aceite e reconheça a sua responsabilidade. Então se comprometa a estar mais consciente daquele comportamento e não permitir que se repita. 

Essas atitudes aumentam a autoestima, pois nos responsabilizamos pelos erros e aprendemos com ele. Em contrapartida, não reconhecer e ficar apenas no papel de culpada (o)s, tende a paralisar você e impedir que a mudança e o crescimento ocorram. Ficar constantemente se desculpando sem rever as atitudes prejudica tanto a autoestima, quanto sua evolução pessoal. 


O que fazer quando não souber identificar a origem da culpa

As culpas que são presentes de uma maneira constante em nossas vidas podem ser derivadas de crimes imaginários, aquilo que acreditamos ter cometido em algum momento. Elas estão presentes no inconsciente e com isso fica mais difícil de identificar sua origem, já que qualquer fato cotidiano pode ativá-las. Contudo, se procurarmos ir mais fundo no processo de autoconhecimento, podemos achar o estopim deste sentimento que representa uma autopunição.

Segundo os doutores Lewis Engel e Tom Ferguson autores do livro “Seis Crimes Imaginários”, existem algumas formas de culpas ocultas que podem gerar algum processo de autopunição ou autossabotagem. Abaixo, explico melhor sobre os crimes imaginários abordados por eles:

Crime de suplantar

Ocorre quando alguém se sente culpado inconscientemente por ir além da sua família, ou seja, é bem sucedido em alguma área que os pais e/ou irmãos não foram.

Crime de sobrecarregar

Ocorre quando alguém pode carregar sentimentos que foram um peso para a família, devido a alguma doença, deficiência, ou até maneira de ser. Estas pessoas podem ter ouvido de maneira constante quando crianças que só davam trabalho e causavam transtornos.

Crime de roubar amor

Gera culpa inconsciente naqueles que foram mais destacados que seus irmãos ou mais valorizados por um dos pais. Estas pessoas podem sentir que receberam mais atenção e cuidados, por qualquer razão, e com isso os outros tiveram menos afeto. Aqui podemos incluir o crime do sobrevivente. Se um pai ou irmão morre, podemos sentir culpa por estarmos vivos ou sentir que fomos responsáveis pela sua morte (muito comum em adultos que perderam pais ou irmãos quando eram crianças).

Crime de abandono

Pode surgir quando saímos da casa dos pais ou mudamos de país para viver uma vida mais independente. Se os pais ficam tristes e infelizes com a ausência, a culpa pode se instalar de forma inconsciente.

Crime da maldade básica

Diz respeito a inúmeras mensagens negativas ou negligência que foram vivenciadas na infância que futuramente faz o adulto acreditar que é mal apenas por existir.

O crime de deslealdade

Cometido quando criticamos duramente os pais, desrespeitarmos regras familiares ou rejeitamos algo importante para a família como a religião, profissão ou estilo de vida. De certa forma todos os outros crimes também dizem respeito a uma lealdade familiar invisível.

A culpa oculta gerada por cada um destes crimes pode nos prejudicar em diversas áreas da vida, gerando algum tipo de autopunição que prejudica nosso sucesso, intimidade, prazer, espiritualidade ou vida social. A autossabotagem que se repete muitas vezes em determinada área pode estar relacionada a essa punição que nos infringimos por algum crime imaginário.

Reconhecer nossa atitude aqui e agora para ir além

Calma! Se chegou até aqui e se identificou com todos os crimes, não se desespere nem se culpe mais ainda, há solução!

Antes de qualquer coisa, se pergunte se não está se apegando a culpa. Você pode se perguntar: porque alguém faria isso? Se simplesmente nos denominamos culpados por tudo, isso gera passividade e imprime a impressão de que não precisamos fazer nada para ir além. Você envia a mensagem: “Não espere nada de mim”, e assim não se desafia a ser diferente. Esta postura prejudica nossa autoestima que tende a ser baixa a medida que vamos acumulando culpas e mais culpas em nossa conta interna. 

O melhor a fazer é reconhecer e se responsabilizar pelos erros cometidos. Talvez seja possível reparação, ou não. O mais importante é o desejo de ir além. Liberar as culpas que não nos pertencem é o grande desafio.

Precisamos aprender a dialogar com nosso inconsciente. Nós temos a sabedoria interna que pode nos absolver de todos estes crimes. Faz parte do processo de autoconhecimento, que deve ser constante. Um bom exercício para fazer é escrever. Ter um diário e começar a registrar seus sentimentos. Com isso, você começa a se apropriar e a reconhecer cada situação do passado que pode lhe assombrar. 

Outro exercício é fazer duas listas, uma de objetivos, o que deseja para cada área de sua vida, e outra de obstáculos, o que acha que te impede de conseguir tudo isso que listou. Nesta segunda lista devem aparecer as crenças que te limitam, que provocam autopunição e lhe impedem de avançar. É muito importante não negar nada, por pior que pareça. 

O primeiro passo para que seja possível mudar algo é reconhecer e aceitar que existe. A medida que você aceita e até concorda com a culpa tal como é, pode assumir uma postura de adulto e está pronto para lidar com ela e suas consequências. Contudo, se a culpa for muito oculta talvez seja necessária a ajuda de um profissional para lhe ajudar a cavar mais fundo.

O que é a culpa transgeracional?

A culpa transgeracional pode ser transmitida até quatro gerações, e em alguns casos, apenas com um estudo mais profundo da genealogia (árvore genealógica mais simbólica) é que será possível trazer à consciência as causas da autopunição. A ideia é que possamos estar mais conscientes dos sentimentos no momento presente para ampliar nossa capacidade de autopercepção e não mais sermos dirigidos por fantasmas do passado e condenados por crimes imaginários. Isso sim é libertador!


Artigo originalmente publicado em: https://www.personare.com.br/voce-vive-se-sentindo-culpado-saber-origem-da-culpa-evita-autopunicao-m40856
Publicado aqui com pequenas alterações.