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segunda-feira, 13 de setembro de 2021

A arrogância de querer salvar os pais

 



👉"Por certo, na minha personalidade havia um lado pretensioso, desde criança, que me levou achar que seria capaz de assumir funções tão descabidas. Por mais que meu pai requisitasse mais e mais esse tipo de ajuda, e que minha mãe expressasse sempre uma grande dependência de mim, foi na minha cabeça que tudo se gerou e cresceu." Luiz Schwarcz 


Este é o trecho do livro O Ar que me falta - história de uma curta infância e uma longa depressão, que me livrou ao livro.  O editor Luiz deu uma entrevista ao Bial no conversa com Bial em março deste ano onde ele contava brevemente sua história e falava dessa arrogância de salvar os pais. 


Porque quando crianças somos colocados em lugares que muitos não tem força pra sair. Mas quando adultos é preciso tomar a vida e seguir adiante voltando para o lugar. Cuidar da criança ferida torna-se responsabilidade do adulto que nos tornamos. Assim seguimos mais livres e autorresponsáveis. As vezes é preciso uma ajudinha para reencontrar sua própria força e raiz e aí entra a psicoterapia. O autor fez anos de análise e isso se reflete em um texto lúcido de alguém que mesmo com tantos desafios não se mostra como vítima. 


Obs: Se quiser ver a entrevista completa com direito a um complemento de Sidarta Ribeiro, neurocientista, que fala como podemos herdar traumas da família, está disponível na Globoplay no dia 4/3/21 ou no youtube só a parte do Luiz:  https://www.youtube.com/watch?v=3l_BAeo_lXg


Maria Cristina Gomes 

✔Psicóloga sistêmica

✔Atendimentos online e presencial

Email: mariacristinapsi@yahoo.com.br


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sexta-feira, 11 de junho de 2021

O que significa Honrar pai e mãe na constelação familiar

Como é a visão da constelação familiar sobre a função da mãe e do pai em nosso sistema familiar e porquê é importante honrar e respeitar seus lugares





Na visão da constelação familiar o lugar dos pais é primordial. Honrar pai e mãe ou tomar os pais são frases comumente ditas que às vezes causam confusão na maneira de entender e aplicar. Alguns apenas de ouvi-las já descartam entender melhor sobre a constelação familiar por achar que existe algo de um dogma ou religião. 


Assim, é importante esclarecer o real sentido e aplicação desta frase e a importância de sua compreensão para permitir que sua vida flua com mais leveza em todas as áreas da vida. Além disso, entender um pouco das leis sistêmicas e do que consiste a técnica da constelação familiar pode ajudar a colocar sua vida de volta no lugar.


Honra teu pai e tua mãe: conheça a origem da frase


Quando alguém escuta esta frase através da constelação familiar, mesmo se não for religioso, pode se lembrar dos 10 mandamentos. Caso você não saiba, um deles é "Honrar pai e mãe”. Une-se a isso o fato do precursor da constelação familiar, Bert Hellinger, ter sido um padre católico, para que as interpretações equivocadas comecem. Alguns pressupõem que foi de lá, da bíblia católica que Hellinger retirou um dos dizeres mais conhecidos na constelação familiar. Mas, fato é que Hellinger estudou e trabalhou muitos anos, após deixar de ser seminarista, com vários grupos utilizando várias técnicas terapêuticas até perceber, fenomenologicamente*, as leis sistêmicas que atuam nos sistemas familiares. 



(*”O método fenomenológico, a contemplação, provêm do recolhimento. Isso significa persistir numa coisa até que algo que estava oculto se desvende diante do olhar interior e mostre a sua essência.” Bert Hellinger - Um lugar para os excluídos)



Assim, não há uma origem definida. O mais importante é o significado. É uma compreensão mais filosófica do que religiosa. É uma contemplação do que estas duas pessoas representam em nossas vidas, já que apenas existimos porque eles permitiram. Esta á a compreensão fundamental, a vida veio através deles e por isso merece ser honrada. Mesmo que todo o restante que veio depois do nascimento tenha sido bastante desafiante. Se há vida, é possível ressignificar e fazer diferente. E esta atitude é honrá-los. 


Honrar pai e mãe na Constelação Familiar: por que?


Os efeitos de não tomar ou honrar pai e mãe podem ser sentidos em todas as áreas da vida. Isso deve-se às leis sistêmicas que conduzem os sistemas familiares. Bert Hellinger observou que há 3 leis que se não consideradas, ou desrespeitadas, podem trazer efeitos negativos em nossas vidas. São elas: 


  • Lei do Pertencimento - Todos que possuem vínculos sanguíneos (exceto primos) pertencem ao nosso sistema e não podem ser excluídos. Também aqueles a quem se gerou um benefício ou prejuízo existencial, que possibilitou a vida continuar ou trouxe alguma morte ou interrupção. A exclusão de um dos membros pertencentes repercutem em futuras gerações.


  • Lei da ordem - Quem chegou primeiro no sistema têm prioridade e é grande. Quem vem depois é pequeno. Não tem relação com importância, apenas com hierarquia e prioridade. O desrespeito à ordem traz efeitos no nosso lugar em nossa vida. Não tomar pai e mãe tem relação direta com esta lei. Reconhecer a ordem e prioridade de quem vem antes é que permite tomar o que lhe foi dado e seguir em frente de forma mais livre.


  • Lei do equilíbrio - atua nas relações de casais e sociais. O movimento é de trocas, onde na relação alguém dá mas também recebe do outro em trocas equilibradas. 


Se a vida flui em todas as áreas é provável que esteja em ressonância com estas leis. Em contrapartida, problemas e conflitos surgem de forma constante quando em dissonância com alguma delas. Por isso, tomar ou honrar pai e mãe torna-se fundamental. Não reconhecer o valor do que lhe foi dado por eles, poderá trazer alguns efeitos negativos. Os mais comuns são: Brigas e conflitos constantes em casal; não conseguir encontrar uma pessoa parceira para se relacionar; problemas constantes com figuras de autoridade no trabalho; desarmonia e dificuldade com os filhos; carência e cobranças excessivas com amigos, etc. Assim, estar em desarmonia com a lei da ordem, onde se enquadra tomar ou honrar os pais, torna a vida mais pesada e conflituosa de maneira geral ou em alguma área específica. 


Como honrar pai e mãe na Constelação Familiar


Se você percebeu que tem dificuldades em tomar o amor de seus pais este já é o primeiro passo. Afinal, problemas de toda ordem acontecem e o último lugar para onde as pessoas procuram a solução é em sua relação com os pais. A compreensão filosófica pode ajudar desde que seja internalizada. 


É preciso soltar todas as críticas, exigências, reclamações, julgamentos e faltas para seguir em frente. Talvez muito lhe faltou em afeto e acolhimento, mas talvez tenha sido o máximo que conseguiram lhe oferecer. Fazer a separação da pessoa que é o pai e a mãe, do homem e mulher com todos os emaranhados sistêmicos que trazem com eles. Eles vieram antes e já trazem toda uma história de amor cego e lealdades invisíveis por seus ancestrais. Talvez também estejam fora de ordem ou de lugar em relação aos seus próprios pais. Perceber isso, é ver os pais como pessoas comuns ao mesmo tempo respeitando o lugar de cada um em sua existência. 


O mais importante e onde há muito equívoco, honrar não é fazer igual. Muitos dizem que se a pessoa está repetindo um destino está honrando os pais de forma negativa. Mas não há como honrar de forma negativa. Honrar é tomar o amor e seguir em frente. É positivo. Mesmo que seja desafiante, é leve. É reconhecer o passado, talvez com o peso que teve, com as dores e feridas que houveram nas gerações anteriores e honrar tudo que foi da melhor maneira que você puder com os recursos que você tem. Talvez porque para eles foi pesado, para você pode ser um pouco mais leve, e é assim que você honra. Se alegrando com sua vida e indo em busca, como adulto, daquilo que ainda precisa.


Saiba mais sobre Constelação Familiar


Talvez sua vida não esteja fluindo em alguma área e pode ser que alguma das leis sistêmicas mencionadas esteja sendo negligenciada. Ou você carrega imensas mágoas em relação aos seus pais e não sabia como seguir em frente. A técnica da constelação familiar pode ajudar a trazer à luz as questões que estão ocultas para você ou te fazer entrar em contato com seu próprio centro e seu lugar no seu sistema familiar. 


A técnica pode ser aplicada em grupo ou individual, presencialmente ou online. Você leva ao constelador o tema ou questão que percebe ter dificuldades em solucionar e se coloca receptivo e centrado para as informações que surgirão no campo. O método é fenomenológico, então não há como prever o que irá surgir, é uma observação do que atua naquele momento. O campo mórfico funciona como um inconsciente coletivo onde todas as informações são “armazenadas” e qualquer pessoa que esteja livre de intenções pode acessar. O ideal é que o cliente consiga se manter neutro e receptivo, mas nem sempre é possível devido às resistências inconscientes. Mas um bom constelador deve estar sempre centrado e isento, para inclusive acolher as resistências do constelado. É importante buscar um bom profissional no qual você sinta confiança e empatia. 


Mas, atenção: A constelação é apenas uma técnica. Ela não faz milagres, nem conserta nada para ninguém. No fundo é a sua postura diante do que percebe e das mudanças que deseja fazer. Se já há a percepção do problema e o entendimento das leis sistêmicas e ainda assim, a mudança não ocorre, talvez pode ser mais eficiente trabalhar em um processo terapêutico suas resistências e lealdades inconscientes. Saiba que sua vida pode fluir sempre para melhor e com mais leveza, mas o principal responsável que ditará se isso ocorrerá é você! 


O impacto do pai em nossa história.



Nutrir ressentimentos pelos pais podem causar problemas em nossa vida pessoal e profissional. Saiba como  lidar para fazer escolhas mais livres.

Muitas vezes a infância e/ou adolescência não foi como nós idealizamos. Seja por ausência de amor, afeto, cuidado, ou a presença de desafios maiores, como traumas ou violência. 

É verdade que às vezes ambos os pais ou um deles tem responsabilidade sobre todas essas questões que vivenciamos no passado. Mas quando você carrega todos esses ressentimentos, feridas, e mágoas para a vida adulta, quem paga o preço é você.

Para a visão sistêmica a relação com o pai tem grande importância seja na vida pessoal ou profissional. Bert Hellinger, terapeuta alemão, percebeu que haviam três leis que atuavam sobre os relacionamentos familiares. Estas leis, do pertencimento, da ordem, ou do equilíbrio, atuam de forma a interferir em todas as áreas de nossas vidas mesmo que não tenhamos conhecimento das mesmas. Assim, se estamos em dissonância com alguma delas certamente algum problema mais desafiante enfrentaremos no nosso caminho.

Mas por quê afinal o pai é tão importante? 

Na visão sistêmica parte-se do pressuposto que a vida vêm através dos pais e por este motivo eles merecem um lugar de respeito.  O que ocorre depois disso, ou seja, ao longo da infância e adolescência, não retira o lugar deles nem a grandeza da vida que foi dada. Da mesma forma pela lei da ordem os pais chegam antes ao sistema familiar e por isso diante deles somos pequenos.  Isso quer dizer que devemos honrá-los deste lugar independentemente do que eles falam, fazem ou demonstram.

O que ocorre então, é que se você mantém  qualquer julgamento ou crítica a respeito de seu pai, alguma consequência isso trará para sua vida. O pai pode ter sido alcoolista, ter tido algum fracasso muito grande na vida, ter perdido todo o dinheiro, ter sido muito rígido e autoritário, ou simplesmente não esteve presente no crescimento dos filhos. Tudo isso pode gerar marcas na criança ou adolescente que certamente leva essas dores para a vida adulta. Contudo o que é preciso lembrar é que o pai é um homem que já existia antes que você viesse ao mundo, e com isso ele tem toda uma história também em sua família de origem. E quando somos crianças ou adolescentes não temos a força necessária para seguir o nosso próprio caminho. Mas ao entrarmos na vida adulta precisamos seguir em frente reconhecendo que o pai deu tudo o que ele podia mesmo que não fosse aquilo que você gostaria. É simplesmente lembrar que se você está vivo é graças a ele.

A questão é que ficar remoendo aquilo que aconteceu no passado apenas nos aprisiona a ele e nos impede de realmente entrar na vida adulta. Se você julga seu pai por qualquer motivo é grande a chance de você se punir, autossabotar, ou fracassar em alguma área de sua vida seja no trabalho ou nos relacionamentos. É muito comum os fracassos sucessivos quando há uma grande crítica em relação ao pai. Muitos homens não conseguem se afirmar profissionalmente pois estão aprisionados em alguma questão do passado relacionada à seu pai ou a família paterna. Da mesma maneira, para as mulheres além de afetar profissionalmente também pode criar uma distância do masculino caso ela tenha alguma crítica ou exigência em relação ao masculino da sua família.

Para viver a vida com leveza de forma que tudo flua na nossa vida é necessário uma postura diante do nosso sistema familiar principalmente em relação ao pai e a mãe. Assim o custo pela mágoa do passado é muito alto. Muitas vezes num processo inconsciente a pessoa continua levando uma vida difícil e problemática como uma forma de Vingança apenas para não concordar com a lei da Ordem e não se reconhecer pequeno diante do pai. O que foi feito no passado não será apagado, é real. Mas a forma como você lida com ele é que conduz sua vida no agora e para o futuro. 

Será que vale mesmo a pena carregar todos estes ressentimentos? Sendo que basta que você se reconheça como parte de um sistema familiar onde várias pessoas vieram antes de você e a vida que você carrega passou através de todas elas até chegar aonde você está. Quando você experimentar este lugar, o seu lugar certo no seu sistema familiar, certamente sua vida fluirá. Os problemas e desafios podem continuar, afinal você está vivo, mas a forma como você lidará com eles será bem mais fluida e consciente.

E não se preocupe caso você não tenha tido a oportunidade de conviver com o seu pai. Pois para a visão sistêmica a convivência pouco importa. O mais importante é você reconhecer dentro do seu coração, na sua alma, que ele faz parte de quem você é, e portanto, está em você, mesmo que você não queira.

Experimente esta postura sistêmica e veja a sua vida fluir melhor em todas as áreas da sua vida.


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

A IMPORTÂNCIA DO PAI NA NOSSA HISTÓRIA

Como entender a importância do pai a partir da Constelação Familiar

Pai E Filho, Andar, Amor, Criança

Nutrir ressentimentos pelos pais podem causar problemas em nossa vida pessoal e profissional. Neste artigo, você poderá entender a importância do pai e da mãe e lidar com os nossos sentimentos para que possamos fazer escolhas mais livres.


Muitas vezes a infância e/ou a adolescência não foi como nós idealizamos. Seja por ausência de amor, afeto, cuidado ou a presença de desafios maiores, como traumas ou violência.


É verdade que às vezes o pai e a mãe (ou apenas um deles) têm responsabilidade sobre todas essas questões que vivenciamos no passado. Mas quando você carrega todos esses ressentimentos, feridas, e mágoas para a vida adulta, quem paga o preço é você.


Para a visão sistêmica da Constelação Familiar, a relação com o pai tem grande importância na nossa vida, seja pessoal ou profissional. Bert Hellinger, terapeuta alemão, percebeu que haviam três leis que atuam sobre os relacionamentos familiares: a do pertencimento, a da ordem e a do equilíbrio.


Elas atuam para interferir em todas as áreas de nossas vidas mesmo que não tenhamos conhecimento das mesmas. Assim, se estamos em dissonância com alguma lei, certamente enfrentaremos algum problema mais desafiante  no nosso caminho.


POR QUE A IMPORTÂNCIA DO PAI É MARCANTE?


Na visão sistêmica parte-se do pressuposto de que a vida vêm através dos pais e, por esse motivo, eles merecem um lugar de respeito nas nosssas vidas. O que ocorre depois disso, ou seja, ao longo da infância e adolescência, não retira o lugar deles nem a grandeza da vida que foi dada. Da mesma forma, pela lei da ordem, os pais chegam antes ao sistema familiar e, por isso, diante deles somos pequenos.


Isso quer dizer que devemos honrá-los deste lugar que ocupamos independentemente do que eles falam, fazem ou demonstram.


Por isso, se você mantém qualquer julgamento ou crítica a respeito de seu pai, alguma consequência isso trará para sua vida. O pai pode ter sido alcoolista, ter tido algum fracasso muito grande na vida, ter perdido todo o dinheiro, ter sido muito rígido e autoritário, ou simplesmente não esteve presente no crescimento dos filhos. Tudo isso pode gerar marcas na criança ou adolescente que certamente leva essas dores para a vida adulta.


Contudo, é preciso lembrar que o pai é um homem que já existia antes que você viesse ao mundo, e com isso ele tem toda uma história também em sua família de origem. Daí a importância do pai na nossa vida.


Quando somos crianças ou adolescentes não temos a força necessária para seguir o nosso próprio caminho. Mas ao entrarmos na vida adulta precisamos seguir em frente reconhecendo que o pai deu tudo o que ele podia mesmo que não fosse aquilo que você gostaria. É simplesmente lembrar que se você está vivo é graças a ele.


A questão é que ficar remoendo aquilo que aconteceu no passado apenas nos aprisiona a ele e nos impede de realmente entrar na vida adulta. Se você julga seu pai por qualquer motivo é grande a chance de você se punir, autossabotar ou fracassar em alguma área de sua vida, seja no trabalho ou nos relacionamentos.


O QUE FAZER COM O QUE SENTIMOS SOBRE NOSSO PAI?


É muito comum os fracassos sucessivos quando há grande crítica em relação ao pai. Muitos homens não conseguem se afirmar profissionalmente, pois estão aprisionados em alguma questão do passado relacionada à seu pai ou à família paterna.


Da mesma maneira, para as mulheres, além de afetar profissionalmente, também pode criar distância do masculino caso ela tenha alguma crítica ou exigência em relação ao masculino da sua família.


Para viver a vida com leveza de forma que tudo flua na nossa vida é necessário uma postura diante do nosso sistema familiar principalmente em relação ao pai e a mãe. Assim, o custo pela mágoa do passado é muito alto.


Muitas vezes num processo inconsciente a pessoa continua levando uma vida difícil e problemática como uma forma de Vingança apenas para não concordar com a lei da Ordem e não se reconhecer pequeno diante do pai.


O que foi feito no passado não será apagado, é real. Mas a forma como você lida com ele é que conduz sua vida no agora e para o futuro.


Será que vale mesmo a pena carregar todos esses ressentimentos? Basta que você se reconheça como parte de um sistema familiar onde várias pessoas vieram antes de você e a vida que você carrega passou através de todas elas até chegar aonde você está. Quando você experimentar este lugar, o seu lugar certo no seu sistema familiar, certamente sua vida fluirá.


Os problemas e os desafios podem continuar, afinal você está vivo, mas a forma como você lidará com eles será bem mais fluida e consciente.


E não se preocupe caso você não tenha tido a oportunidade de conviver com o seu pai ou se ele foi um pai ausente. Para a visão sistêmica a convivência pouco importa. O mais importante é você reconhecer dentro do seu coração, na sua alma, que ele faz parte de quem você é, e portanto, está em você, mesmo que você não queira.


Experimente esta postura sistêmica e veja a sua vida fluir melhor em todas as áreas da sua vida.


Publicado em: https://www.personare.com.br/a-importancia-do-pai-na-nossa-historia-m60270

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Frozen II: Será que pagamos pelos erros dos nossos antepassados?

Animação da Disney nos ajuda a refletir sobre o legado que trazemos dos nossos ancestrais e ampliar o olhar com o auxílio das leis sistêmicas da Constelação Familiar.

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Frozen II indicada ao oscar 2020 na categoria de Melhor Canção Original, chegou aos cinemas no fim de 2019 carregado de expectativas. O primeiro filme conquistou um grande público entre adultos e crianças e de certa maneira revolucionou os filmes de princesas aos quais estávamos habituados. A continuação ficou encarregada de ir além e explicar a origem dos poderes de Elsa, e com isso nos proporcionou um mergulho no passado das personagens.

No animação atual, a relação das irmãs continua sendo de muita proximidade. E como Elsa não precisa mais negar seus poderes e já aprendeu a lidar com eles, ela poderia seguir vivendo uma pacata vida de rainha de Arendelle. Contudo ela sente um ímpeto de ir em busca da verdade sobre a morte de seus pais e começa uma nova aventura acompanhada da irmã Anna, Kristoff, Olaf e Sven. 

Os conflitos que não sabemos de onde vêm

Com uma reflexão mais profunda é possível perceber que Elsa continua em conflito. No primeiro filme ela tem dificuldades de reconhecer quem ela é, e no segundo ela ainda sente que não se encontrou totalmente. E então ela se depara com um real conflito entre povos que ocorreu no passado, e como ela simbolicamente representava a união deles.

O que a Rainha sentia fazia parte de algo concreto que realmente ocorreu no passado. E ao se deparar com o fato que era representado pela briga de dois povos, ela decidiu-se por ir mais fundo até encontrar a origem do problema. 

O conflito de Elsa é muito comum em nossa vida cotidiana. Muitos sentem-se divididos, angustiados ou mesmo perdidos em seu próprio caminho e não conseguem encontrar uma causa real e atual para o sentimento que lhes perturba. Mas recorrendo à visão sistêmica e buscando um olhar mais amplo para nosso passado podemos encontrar em outros personagens da nossa história aqueles mesmos sentimentos que adotamos e repetimos insconscientemente.

Um olhar para as leis sistêmicas

A partir de um extenso estudo com famílias foi possível observar que algumas leis atuam todo o tempo mesmo que não se tenha conhecimento delas. Estas leis são a base das constelações familiares e são: Lei do pertencimento, da ordem e do equilíbrio. Basicamente as leis determinam que nada nem ninguém pode ser excluído do nosso sistema familiar; que quem chegou antes no sistema tem prioridade sobre quem chega depois e que é preciso estabelecer uma relação de troca e equilíbrio entre aquilo que é dado e o que é recebido. Sendo esta terceira lei válida para a relação entre casal e social.

Assim, somos unidos ao nosso sistema familiar por uma lealdade profunda, sendo que se alguma destas leis forem transgredidas, um ou mais membros se propõe a reparar. Está além da nossa vontade pois é uma lealdade insconsciente. O objetivo final é estar de acordo com as leis do sistema, reparando injustiças anteriores ou resgatando o fluxo do amor antes interrompido no sistema familiar.

Restaurando o fluxo do amor interrompido

Em Frozen II, Elsa se depara com um grave erro cometido pelo seu avô. Erro este que desencadeou uma série de injustiças e interferiram negativamente na vida de um povo. De alguma maneira para Arendelle existir outros foram prejudicados. Ao se deparar com a questão, a própria Elsa paga um preço e novamente ela precisa ser salva pela irmã. Anna se conecta de alguma forma com a raiz do problema e busca imediatamente sua reparação mesmo que seu lar seja prejudicado. Apenas este ato é suficiente para reparar a injustiça e Arendelle não precisa ser sacrificada.

Algumas crianças que assistiram a animação se perguntaram se o avô das irmãs era mau. E a resposta é não! Ele fez o que achava ser a coisa certa a se fazer. Contudo, para o sistema não existe certo ou errado da forma moral como aprendemos. Existe Justiça ou injustiça. Mesmo que o avô estivesse convicto de que fazia a coisa certa, cometeu uma grande injustiça e legou aos descendente as consequências dos seus atos. 

A reparação necessária é restaurar o fluxo de amor interrompido. A construção de uma barreira, que na animação foi literal, é o que causa a separação. Os atos dos ancestrais apenas irão afetar a geração presente, se forem julgados, excluídos e extirpados como algo ruim e danoso. Pois é exatamente esta atitude que pode gerar o vínculo negativo causando a repetição de atos ou sentimentos de personagens do passado. Se no passado um ancestral comete uma injustiça e no presente seu ascendente apenas o julga ou critica por isso, a injustiça continua a atuar. O amor continua interrompido. Por outro lado, reconhecer a injustiça feita e deixar o lugar de honra que o antepassado possui no sistema independente dos atos cometidos, permite que o presente flua de maneira mais livre, com amor.

Como diria Jakob Schneider, “(...) Os fatos terríveis buscam uma linguagem através das gerações, para que se exteriorizem e possam aliviar a alma.” Em Frozen I a mensagem principal foi que o amor é a força que une e liberta. E a continuação reforça, que a força que precisamos buscamos nos ancestrais, nas nossas origens, independente de quem foram ou o que fizeram. Afinal, se não fossem por eles não estaríamos aqui. Honrar, liberar e seguir em frente. Assim, liberamos as barreiras que nos separam de nós mesmo.

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Os pais precisam se distanciar para os filhos crescerem

Animação Klaus da Netflix traz reflexão sobre a permissão dos pais para que os filhos caminhem para a vida adulta

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A nova animação da Netflix lançada em dezembro de 2019 reconta a história da origem do Papai Noel. A trama conta a história de Jesper um aprendiz de carteiro mimado e preguiçoso que se recusa a sair de sua zona de conforto. Seu pai, o presidente dos correios, dá-lhe um ultimato: ou ele vai para Smeeresnburg, cidade nórdica praticamente esquecida do mundo e faz o envio de seis mil cartas no prazo de um ano, ou perderá seu direito na herança. Ao chegar ao local, o jovem toma conhecimento de que o lugar vive em um eterno conflito. Os clãs Krum e Ellingboes se enfrentam diariamente em uma briga centenária que varreu tudo que havia de bom na ilha. (Fonte: https://www.omelete.com.br/netflix/criticas/klaus-oscar-2020)

A estória contada na animação não está muito distante da nossa realidade. Muitos filhos adultos se recusam a crescer e serem responsáveis por suas próprias vidas por estarem sob os cuidados de pais zelosos e protetores. Claro que os pais não pensam estar fazendo algum mal aos filhos. Afinal, não custa nada ajudar. Mas a reflexão que podemos levantar é: Permito que meu filho realmente seja adulto, ou ainda o trato como criança tentando suprir todas as suas necessidades?

Na animação o pai de Jesper percebeu que o filho estava acomodado. Então opta por uma atitude mais radical, mesmo que seja doloroso saber que o filho enfrentará grandes desafios. Atitudes extremas as vezes são necessárias quando postergamos demais a mudança da postura. Se os pais mantém os filhos adultos como crianças em algum momento eles podem se deparar com um filho fraco e sem recursos para construir sua própria história. Então parece um ciclo vicioso, pois gerar filhos dependentes os fazem acreditar que eles não podem caminhar ou prosperar sem ajuda, fazendo com que eles continuem dependentes dos pais e de outros.

Não é uma postura fácil de perceber. Mesmo porque sempre há muito amor envolvido. O problema é que amor demais, geralmente é carregado de emaranhados sistêmicos, e traz mais peso que leveza. Claro que pais que não permitem que seus filhos cresçam por razões ocultas precisam deles neste lugar. Muitas vezes buscam que os filhos preencham expectativa, faltas ou vazios que já existem dentro deles. Na constelação familiar percebemos o quanto a ordem é uma lei fundamental dentro das famílias. E nestes casos é esta lei que está sendo violada.

Pais vêm primeiro no sistema familiar e depois os filhos. Contudo, muitas vezes se estes pais acreditam que não receberam dos próprios pais como deveria ou gostariam tendem a buscar nos filhos essa falta. Esta é uma dinâmica muito comum nas famílias. Com isso a ordem é invertida e todos sofrem, mas principalmente os filhos. Cabe a cada um olhar para sua própria história para que os descendentes possam ser um pouco mais livres.

O primeiro passo é confiar que o filho adulto possui os recursos necessários para cuidar de sua própria vida. Mesmo que os pais não tenham conseguido seguir em frente e estejam "presos" aos vínculos do passado seja por críticas, exigências infantis ou julgamentos; ainda sim os filhos podem caminhar com as próprias pernas. 

Mesmo que o filho adulto tenha sido colocado em lugar infantil, cabe a ele sair desta posição, mesmo que os pais não tomem atitude. Jesper se beneficiou imensamente com a atitude do pai de mandá-lo para longe e conseguiu mudar sua postura e assumir sua própria vida. Mas nem todos os pais conseguem tomar esta atitude por si mesmos. Então, cabe aos filhos adultos fazerem o que é preciso! 
Os adultos são capazes de carregar seu destino do jeito que ele se apresenta. Para isso é preciso encarar a realidade e não negá-la ou lutar contra ela. Acreditar na força do sistema familiar e tomá-la para si, sem críticas ou exigências, para caminhar mais inteiro na vida é o que nos torna adultos e nos permite seguir em frente!

Filme Rocketman e a influência da família na vida profissional

Filme baseado em fatos da vida do cantor Elton John nos ajuda a refletir sobre a influência da relação familiar em nossa vida profissional.

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O filme Rocketman (2019) vencedor do oscar 2020 de melhor canção original, é um musical que conta a trajetória de Reginald Dwight (Taron Egerton) e como se transformou no músico, ícone da música pop, Elton John. As músicas do cantor dão o tom da autobiografia que perpassa sua história de vida, incluindo as relações familiares e amorosas do músico. 

Ao longo do filme é possível perceber os conflitos e mágoas que o jovem Reginald guarda de seus pais. E mesmo com todo a riqueza e reconhecimento ele entra em um processo autodestrutivo que o leva a rever alguns capítulos de sua própria história. A partir da visão sistêmica e das constelações familiares podemos compreender os emaranhados que levam o cantor a grandes sofrimentos e a quase morte.

Quando a riqueza não é suficiente

Ninguém pode negar que Elton John é um cantor de sucesso. Foi ídolo de uma geração na década de 80 e até hoje suas músicas são tocadas e regravadas por diversos compositores. Contudo o filme mostra que o cantor passou por altos e baixos e esteve perto de destruir sua carreira. A infância foi retratada no filme e talvez para alguns sem grandes conflitos. Talvez um pai distante que separa-se e constitue outra família, e uma mãe voltada para seus próprios interesses. O garoto vai em frente e com garra e ousadia inicia uma bela carreira musical. Se envolve com drogas e em um relacionamento abusivo, e no auge da fama tenta suicídio. Nem com toda a sua fama, dinheiro e patrimônio ele conseguia ser feliz. O que ele buscava preencher dentro dele, nenhuma pessoa ou dinheiro poderiam oferecer: a falta dos pais.

Lealdade acima de tudo

Somos leais ao nosso sistema familiar. Essa é uma lei e conscientes ou não desse fato ele atua em cada um. Reginald sente-se rejeitado por ambos os pais. Mesmo que tente seguir, ele leva muitas mágoas e exigências infantis. O desejo de ser amado, como talvez não foi por sua mãe, o faz se submeter a um relacionamento abusivo. As críticas ao pai ausente o levam ao relacionamento com as drogas. Sistemicamente é uma dinâmica comum nas famílias com pessoas adictas: a falta ou ausência do pai. Isso tudo ocorre devido a esta lealdade invisível que nos une ao nosso sistema. Criticar, julgar, exigir e demandar podem levar o sujeito a fracassos ou processos autodestrutivos, tal como ocorreu com o personagem Elton John. Este tinha um aparente sucesso de público e vendas, mas o homem Reginald Dwight, permanecia olhando para as faltas do passado e buscando preencher necessidades infantis que inevitavelmente o levava a sofrimentos. 

Em seu livro Histórias de Sucesso, Bert Hellinger diz: “O maior obstáculo para nosso sucesso são as imagens internas que fizemos de nossa mãe e de nosso pai.” No fundo é uma grande pirraça para lidar com a realidade como ela é e seguir em frente apesar do passado doloroso.

Acolhendo sua própria criança e seguindo em frente

A liberação do homem Reginald Dwight ocorre quando ele mesmo acolhe o garoto rejeitado que ele fora. Os pais não mudaram a postura com ele. Ele mudou a postura com seu eu criança e com a imagem que carregava dos pais. Ele deixou de ser criança para se tornar adulto no momento em que se reconcilia com seu passado. Com isso não precisou mais das drogas nem de relações abusivas para preencher nenhuma falta. Ele reconheceu que ele tinha o suficiente e o resto cabia a ele conquistar. Os pais são como são. A realidade é como é. Cabe a cada um a escolha de ficar olhando para trás se lamentando, se queixando ou julgando, e assim fracassando no presente. Ou, tomar o que lhe foi dado, do jeito que foi e seguir em frente. Sem excluir ou rejeitar aquilo que foi, ou que aconteceu, mas honrando a vida que lhe foi presenteada e extraindo dela o melhor que puder. Assim há liberação, fluidez, sucesso e prosperidade.

Artigo publicado primeiramente em www.personare.com.br