segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Frases de autoestima: como usá-las e os benefícios

Saiba porque a autoestima é tão importante e o que você pode fazer para cultivá-la.


A autoestima é fundamental para termos uma vida mais leve e feliz, pois a maneira como nos sentimos a respeito de nós mesmos afeta todas as áreas da nossa vida. 

Além do processo terapêutico, repetir frases de autoestima, como mantras, pode ser um bom recurso, de fácil acesso e bons resultados se você souber usá-lo. 

A seguir, veremos exemplos de frases, além de usá-las e os benefícios. 

Como a autoestima afeta nossa vida 

A forma como reagimos no cotidiano ou nos relacionamos está diretamente relacionada à imagem interna que carregamos sobre nós. Por isso, avaliar como lidamos com ela é tão importante. 

A autoestima depende de uma série de fatores, mas, de maneira geral, ela está ligada a uma postura interna diante da vida. É preciso reconhecer que ela é um processo ativo, e não passivo. 

Ou seja, ninguém vai lhe dar autoestima. Você a busca dentro de você com atitudes internas e externas. 

E ela depende de alguns fatores fundamentais, tais como: autorresponsabilidade, autoconsciência, amor-próprio, congruência entre palavras e atitudes. E, talvez o mais importante, soltar o julgamento. 

A baixa autoestima, geralmente, parte de um processo autodestrutivo, em que a própria pessoa se julga e se culpa constantemente. 

Se formos mais além, frequentemente, há um grande julgamento e críticas excessivas aos pais. Se a vida chega a você a partir de um pai e uma mãe, então eles fazem parte de quem você é. Se você os julga ou rejeita, faz isso em dobro com você mesmo. 

Sistemicamente, há uma ordem que precisa ser respeitada. Se seus pais fizeram algo que lhe feriu na sua infância, você não podia fazer nada para mudar. Mas se você é adulto, pode seguir em frente. 

O que não será possível se ficar olhando para os dores do passado e permitindo que elas continuem agindo em você. 

Como (re)construir a autoestima 

Para (re)construir sua autoestima é preciso agir. É preciso refletir sobre os fatores mencionados e sua postura diante da vida. É um processo. 

Mas como talvez já tenha se passado um bom tempo com a autoestima baixa, você talvez precise de ajuda. 

Em um processo psicoterapêutico com a visão sistêmica, será possível perceber quais posturas te impedem de viver com leveza e recuperar a autoestima perdida. 

Também há alguns recursos que podem ajudar, como as frases de autoestima. 

Como usar frases de autoestima 

Repetir frases sem um processo reflexivo talvez não seja de grande ajuda. 

Mas se você está realmente disposto a mudar e assumir a responsabilidade sobre sua história sem julgamentos externos as frases de autoestima podem ser um bom recurso para criar novos padrões positivos de pensamento que irão lhe ajudar no processo. 

Exemplos de frases: 

Estou disposto a mudar 

Decido estar em paz e harmonia 

Eu libero o padrão em mim que criou tudo isso 

Deixo amorosamente o passado para trás 

Tudo está bem como está 

Eu aceito a realidade e olho para o que funciona 

Sou uma experiência divina de vida 

Eu tenho valor 

Sou saudável, pleno e completo 

Trago a força dos meus ancestrais 

Para mim pode ser mais leve 

Minha vida pode fluir com leveza 

Eu me amo e me aceito profunda e completamente 

Você pode criar suas próprias frases também. Perceba quais pensamentos que mais lhe afligem e transforme-os em algo positivo. 

Se algo como “Estou gorda” surgir, mentalize “Estou em processo de aceitação e mudança do meu corpo”. Caso você diga o oposto talvez soe como mentira e perca a força. 

Por isso, se algo for ainda muito difícil de você concordar, comece sempre com “Estou em processo de...”, pois coloca em ação um movimento de mudança e você sai da passividade. 

Quanto mais você fizer, mais ficará natural para você alterar o padrão de pensamento e logo tudo será natural para você.

Publicado originalmente em https://www.personare.com.br/frases-de-autoestima-m76026

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

CONSTELAÇÃO FAMILIAR PARA SUPERAR RELACIONAMENTO ABUSIVO



Um relacionamento abusivo pode deixar marcas e dificultar que uma pessoa siga uma caminhada mais leve. É preciso compreender o processo e deixar rótulos e papeis experimentados para trás antes para ressignificar e ampliar o aprendizado.

A possibilidade de atrair relacionamentos mais saudáveis existe desde que seja possível olhar de forma profunda para a situação e buscar a autoconsciência.

Entenda um pouco da visão da Constelação Familiar sobre o assunto e como as Leis Sistêmicas podem lhe auxiliar na sua caminhada.

RELACIONAMENTO ABUSIVO NA VISÃO SISTÊMICA

Onde há abuso, há excesso de algo. Em uma relação nomeada como abusiva, a priori, terá excesso de um sobre o outro, desde comportamentos mais explícitos, como agressões verbais e físicas, até as mais ocultas, como a agressão psicológica.

De uma maneira geral, relações a dois, por mais que possam trazer conflitos, devem ter leveza. Se está pesado além da conta, tem algo fora do lugar em alguma das histórias ou em ambas.

Na visão sistêmica das Constelações Familiares, evitamos utilizar termos que engessem um padrão. Geralmente, quando um rótulo ou nome é pré-definido para uma situação, papeis são bem delineados e um adota o papel de vítima e o outro, de algoz.

O risco é que estes papéis podem se prolongar na vida dos rotulados em todas as áreas. Partimos do pressuposto de que tudo que acontece tem um lugar em nossa história dentro de um contexto amplo familiar que abrange até quatro gerações.

A ideia não é justificar atos ilegais nem amenizar culpas. O foco é em ampliar a visão para conseguir fazer novas escolhas, mais leves e saudáveis, baseando-se no aprendizado das situações desafiantes e autorreflexão.

POR QUE OCORRE ABUSO SEGUNDO A CONSTELAÇÃO FAMILIAR?

A Constelação Familiar parte do princípio que somos regidos por leis naturais que atuam sobre o indivíduo e todo o seu sistema familiar.

As leis do pertencimento, da ordem e do equilíbrio perpassam as relações afetivas e sociais em quando negligenciadas, geram efeitos nocivos em um ou mais integrantes do sistema.

Assim, o efeito de vivenciar uma relação desequilibrada pode ter relação com alguma desordem em relação às leis sistêmicas. Vejamos como:

LEI DO PERTENCIMENTO

Ninguém do sistema pode ser excluído. Exemplo: se aquele avô rígido e autoritário que maltratava a avó é lembrado com mágoas e ressentimentos, pode ser que algum neto ou neta precise dar lugar a esta história, incluindo-o, o que geralmente se dá por meio da repetição de histórias.

LEI DA ORDEM

Quem vem antes é maior no sistema, pois chegou primeiro. E, se por acaso, a mulher se acha melhor que a mãe ou se ressente do pai, sistemicamente ela se coloca acima deles.

Com isso, os efeitos nocivos acontecem e podem ser experimentados nas relações afetivas. O homem, da mesma, forma pode adotar o papel de agressor para dar lugar a algum agressor antes excluído do sistema.

LEI DO EQUILÍBRIO

É a que perpassa as relações de casais. Quando ela está em desordem, o primeiro indício é a ocorrência de uma relação desequilibrada, que também pode sofrer influência das outras desordens mencionadas.

O equilíbrio entre as trocas do dar e receber é que conduz um casal e ampara o amor. Alguém que aceita tudo e perdoa tudo auxilia no desequilíbrio. Ninguém suporta o “tudo”! Aqui, sempre terá um excesso, para mais ou para menos.

COMO SUPERAR UM RELACIONAMENTO ABUSIVO

Claro que os exemplos dados são simplórios, pois as leis são muito mais profundas e precisam ser vistas com profundidade. Nada pode ser generalizado no que diz respeito ao ser humano.

Cada caso traz sua própria peculiaridade e apenas pode ser visto dentro de cada contexto. Mas mesmo com esta breve reflexão é possível ampliar o olhar e adequar a postura para uma vida mais leve.

1. RECONHEÇA SEU LUGAR

Você vem de uma história e talvez traga registros de padrões familiares inconscientes referentes ao masculino e ao feminino. É imprescindível buscar este olhar mais aprimorado para sua história para compreender-se como um aprendiz, e não vítima do destino.

É preciso olhar para seus antepassados próximos ou mais distantes e deixar de lado as críticas e julgamentos. Afinal, este comportamento é totalmente improdutivo e não traz nenhuma solução para o que já ocorreu no passado.

A ideia é reconhecer que todos que vieram antes fizeram o melhor com os recursos que tinham disponíveis. E a você, cabe respeitar e seguir seu próprio caminho com os novos recursos que você tem disponível agora.

2. RECONHEÇA SUA PRÓPRIA FORÇA E VALOR

A autoestima pode estar em baixa, mas é possível buscá-la novamente em seu íntimo. Valorizar suas origens é um passo importante, pois eles fazem parte de quem você é.

Você é 50% pai e 50% mãe e, se não reconhecê-los neste lugar, não conseguirá ser 100% você.

A autoestima inicial vem do respeito àqueles que te deram a vida. Em seguida, perceba crenças destrutivas que foram se formando ao longo do tempo e faça o exercício de desconstruí-las. Quanto mais você autoconsciente for, mais fácil será retomar o controle.

Alguém pode ter ferido você no passado, então deixe o fato no lugar certo – no passado. Cada vez que você se impede de seguir adiante, você dá mais poder a quem te feriu antes.

3. REVEJA POSTURAS E ATITUDES

Como mencionei, o lugar de vítima pode ser confortável de forma inconsciente, mas é perigoso. Para sair deste lugar, é preciso autoconsciência e autorresponsabilidade pela sua própria vida e história.

Se estiver difícil para encontrar a melhor postura e fazer escolhas mais leves e conscientes, talvez um profissional com a visão sistêmica pode lhe auxiliar a compreender os padrões inconscientes e ocultos,

Assim, você poderá seguir mais livre e em paz com seu sistema de origem, de forma a buscar relações mais equilibradas de agora em diante.

Originalmente publicado em https://www.personare.com.br/relacionamento-abusivo-m76726

O SIGNIFICADO DAS DOENÇAS E A CONSTELAÇÃO FAMILIAR




Não é recente o estudo do significado das doenças e sua relação com questões de ordem psicológica ou emocionais. A homeopatia tenta tirar o foco da simples eliminação dos sintomas para um entendimento mais amplo do processo sistêmico envolvido.

A psicossomática relaciona os processos inconscientes envolvidos na geração de sintomas físicos para alívio das dores emocionais não observadas.

Na psicoterapia sistêmica é possível perceber que algumas pessoas se emaranham em destinos alheios, limitando suas possibilidades de vida e contribuindo para manter os seus sintomas. E com esta visão surge a constelação familiar que entra como mais uma ferramenta para olhar os sintomas, agora sob a perspectiva transgeracional.

CONSTELAÇÃO FAMILIAR E AS ORDENS DO AMOR

Já as constelações familiares são amparadas em diversas áreas de estudos da psicologia, mas trabalha com algumas leis naturais chamadas de Ordens do Amor.

Estas leis se desconsideradas podem gerar efeitos nocivos a um ou mais membros de uma família, podendo inclusive gerar sintomas como uma forma de reparação e/ou expiação para o sistema familiar.

Assim, a proposta deste artigo é trazer, a partir da visão das constelações familiares, alguns sintomas que em sua grande maioria estão relacionados a emaranhamentos sistêmicos e desconformidade com as leis sistêmicas.

ALGUNS SIGNIFICADOS DE DOENÇAS

Para ser congruente com a visão sistêmica, é importante inferir que será apenas um recorte generalizado, e cada caso deve ser levado em conta particularmente dentro do seu contexto e estrutura.

Considere um ponto de partida para quem desejar fazer uma reflexão mais profunda a respeito de algum sintoma específico que o acompanha. Todos os processos descritos são movimentos inconscientes.

Cefaléia ou Enxaqueca: tem algum amor represado. A pessoa se recusa a tomar um dos pais (ou ambos) o que causa uma pressão interna que exterioriza-se em dores de cabeça intensas.

Esquizofrenia: Via de regra, a esquizofrenia tem relação com uma morte encoberta, geralmente um assassinato na família. A pessoa psicótica sofre, mas a família todo fica desnorteada, pois é preciso incluir no coração a vítima e o agressor.

Trata-se de um outro nível de olhar no qual não há julgamentos morais, mas aos olhos do Todo, todos têm o mesmo lugar, a mesma importância.

Bulimia ou Anorexia: na maioria das vezes o pano de fundo da bulimia tem relação com a mãe que rejeita o pai de seu filho. O filho por lealdade a ambos encontra a possibilidade de resolver o conflito “comendo” pela mãe e “vomitando” pelo pai.

Também pode haver um conflito entre ir e ficar (que se relaciona ao desejo de seguir alguém na morte). No caso da anorexia, pode haver a intenção de morrer no lugar de um dos pais como um processo inconsciente de salvação e autossacrifício.

Insônia: geralmente refere-se a uma vigilância excessiva normalmente relacionado à mãe. Há um medo ou preocupação que um membro da família vá embora ou morra enquanto a pessoa dorme. Como se a pessoa estivesse cuidando para que nada de mau aconteça.

Depressão: pode ocorrer quando fazemos algo para o pai ou para a mãe ou rejeitamos ambos. Então é preciso respeitar a lei da ordem e se dirigir a eles do nosso lugar, pequenos diante deles.

Vícios: pode ser uma busca pelo pai excluído do sistema. Também pode haver uma dinâmica de inclusão de algum homem importante da família que morreu ou ainda o desejo de seguir alguém na morte.

Fibromialgia: em alguns casos de constelações com mulheres portadoras de fibromialgia, a raiva era um sentimento presente.

Às vezes, pode ser a raiva de uma criança que perdeu um dos pais muito jovem e se sente abandonada; raiva por um parceiro que causou grande decepção ou, até mesmo, a raiva adotada de uma parceira anterior do pai que foi injustamente abandonada por ele.

Hipertensão: em muitos casos relaciona-se com um amor que foi ou precisou ser reprimido geralmente pela morte de um dos pais, ou alguma vivência traumática ocorrida com um deles.

Um filho que precisa assumir o lugar do pai após a sua morte, por exemplo, pode sentir muita raiva que se manifestará desta forma.

O QUE FAZER?

Olhe para a doença e para seus sintomas. Dê os cuidados necessários, lembrando que a medicina tradicional tem seu lugar e deve ser considerada sempre. Mas amplie, se possível, buscando ajuda profissional.

Um bom constelador ou psicoterapeuta sistêmico irá lhe mostrar a dinâmica que atua para manter o sintoma, mas sem o intuito de eliminá-lo. Pois desta forma estaríamos excluindo e negligenciando as leis.

Precisamos acolher tudo que entra em nosso contexto com amor, entendendo que aquilo se torna necessário naquele momento. Assim, quem sabe o sintoma, após cumprir sua função, pode se retirar em paz.


Publicado originalmente em https://www.personare.com.br/o-significado-das-doencas-m76832

Vícios emocionais: os legados da pandemia e como curá-los




A pandemia em 2020 certamente trouxe muitos desafios. Todos fomos surpreendidos por muitas mudanças, que exigiram adaptações em todas as áreas da vida, tudo de uma só vez. Isso trouxe como consequência alguns vícios emocionais.

Foi preciso mudar a forma de trabalhar, estudar, se socializar e se relacionar. Com isso, surgiram novas formas de olhar a vida, mas também muitos sintomas emocionais.

A seguir, vamos olhar para alguns desses efeitos do isolamento social e sugerir uma forma de lidar com eles, evitando que se tornem efetivamente permanentes e negativos legados da pandemia.

Os legados da pandemia


As distrações virtuais 


O isolamento social certamente está entre os maiores desafios. E algo que tem ajudado nessa questão é a tecnologia. Contudo, assim como o remédio em dose errada pode se tornar um veneno, o excesso sempre é perigoso. Isso tem contribuído para alguns sintomas emocionais.

Alguns se tornaram dependentes tecnológicos. Não conseguem mais se desconectar.

A ânsia por informações e preencher o tempo com algo útil faz com que as pessoas transferiram a agitação do cotidiano de antes da pandemia para uma agitação interna.

As distrações que antes eram externas – no trânsito, nas conversas no trabalho e nos encontros sociais –, agora, estão na palma da mão. São lives, palestras, cursos e tudo mais que lhe dê a sensação que o tempo está sendo preenchido.

E isso gera ansiedade. Um anseio por querer fazer tudo e muito mais ou por não conseguir entrar neste ritmo.


A dificuldade do não saber


A incerteza pelo futuro também têm gerado muita ansiedade. No ímpeto de eliminar este incômodo, muitos se colocam milhares de metas e tarefas para o agora.

O sentimento é de que quando acabar a pandemia, "estarei pronto". Mas, com isso, perde-se o foco no agora e a oportunidade de utilizar esse momento para olhar para o essencial.

Se por um lado, conforme mencionado antes, a infinidade de possibilidades abre um leque enorme de escolhas, por outro, o "não saber" como ficará o futuro tem desestabilizado a vida dos mais controladores.


As compulsões


Elas vieram com tudo. Se as compras pessoais não são possíveis, as online se tornaram essenciais. E os que não se adaptaram ao mundo virtual e evitaram as compras online, transferiram a compulsão para a comida.

Passar mais tempo em casa fez com que muitos comprassem mais alimentos supérfluos e pedissem mais comidas prontas por aplicativos. Em todo excesso, reside uma falta.

Assim, as compulsões que surgem neste momento são sintoma de um vazio imenso que já residia ali. 

Talvez as distrações não permitiam ver antes, mas agora foi possível.

E, novamente, existe um perigo enorme em querer se livrar da dor ou do vazio colocando algo no lugar que, a longo prazo, pode ser muito mais prejudicial – um vício emocional.


A baixa autoestima pelas mídias sociais


Junto a tudo isso, o uso excessivo de redes sociais também acaba contribuindo para uma autoimagem distorcida.

As pessoas começaram a expor-se mais, e as comparações e competições ganharam maior proporção. O que deveria ser um incentivo às práticas de exercícios físicos, em alguns momentos, tornou-se um culto a corpos bem delineados. 

Então, quem não se percebe no "padrão", pode sentir-se menor ou incapaz. A baixa autoestima ganha grandes proporções, podendo também levar a ansiedades ou depressão. 


Autoconhecimento como solução

Não podemos colocar a responsabilidade de tudo em algo externo. Mesmo que a pandemia tenha causado impactos globais, a forma como lidamos com o que se manifesta externamente é que faz toda a diferença no equilíbrio emocional.

Sentimentos talvez até então desconhecidos podem, enfim, ganhar atenção. Com isso, temos a oportunidade de nos permitir um caminho mais leve.

Trazer a atenção para o momento presente, reconhecendo-se como um indivíduo único, que têm uma história única, mas que faz parte de todo um sistema familiar.

Valorizar o agora como presente de tudo que foi vivido anteriormente, não só por você, como por seus ancestrais. 

Você é uma soma de todos que já vieram antes e, se você está aqui e agora lendo este texto, tem a força de todos eles que já passaram por desafios bem maiores que os de agora. 

Se eles conseguiram, você consegue. 

Perceba os sentimentos desafiantes que surgem como uma oportunidade de conscientizar-se do que ocorre dentro de você.

A solução não passa pela revolta ou indignação pelo que está acontecendo ou pelos legados que a pandemia deixará.

Mas sim, pela aceitação e concordância da realidade como ela é, com a plena convicção que após tudo isso você estará melhor e mais autoconsciente.

Publicado originalmente em https://www.personare.com.br/vicios-emocionais-m76709

Crianças na pandemia: como pais e filhos podem lidar com os desafios

Como podemos amenizar a ansiedade da incerteza do momento que vivemos e, a partir da Visão Sistêmica, tentar lidar melhor com os nossos filhos




Administrar os filhos na pandemia tem sido desafiador? Uma das grandes dificuldades pelas quais os pais estão passando é a relação dos filhos com o estudo. As aulas online apresentam inúmeros desafios, principalmente para os pais de crianças menores. 

A maioria dos adolescentes lida bem com a tecnologia e rapidamente se adaptou ao ensino à distância. Porém as crianças menores, muitas vezes, ainda precisam que um adulto as direcione. Com isso os pais, que também estão em alguns casos em home office, acabam por se sentirem sobrecarregados. 

A angústia pelo aprendizado das crianças e a falta de habilidade de recursos para ensinar acabam gerando ansiedades e preocupações que também são transmitidas às crianças. O melhor a se fazer é reconhecer a realidade atual e lidar com ela a cada dia. 

Todos estão passando pela mesma situação e, apesar dos recursos de cada um serem diferentes, é a forma de encarar o desafio que acaba fazendo a diferença. 

Crianças, pandemia e a escola à distância 

As crianças terão uma longa vida de estudos e aprendizado pela frente. Entender que o mais importante no momento é priorizar a saúde mental e emocional dos pequenos é fundamental. Assim, mais leveza e menos cobranças e autocobranças ajudam a amenizar as incertezas. 

O melhor é reconhecer que cada um faz o possível dentro da realidade que se apresenta. Assim, culpas e exigências devem dar lugar a autoaceitação e reconhecimento de que cada um dá o melhor de si, tanto os pais quanto os filhos. 

Distanciamento social para crianças na pandemia 

Outro desafio é o isolamento e distanciamento social. A forma como a criança irá vivenciar também depende do contexto, mas principalmente das relações familiares. As crianças têm uma capacidade inata de se adaptar à realidade. Mas isso se torna difícil quando os pais não o fazem. 

Por isso, o exercício de cada adulto é utilizar o momento desafiante como oportunidade de se autoconhecer e reconhecer a própria força que vêm de suas origens. O momento é ideal para reconectarmos com nossas origens e refletir sobre nossas próprias relações familiares e sociais. 

Quando tomamos a força dos nossos ancestrais é mais fácil olharmos para os nossos descendentes e também perceber a força que atua sobre eles. Com isso ficamos em paz, pois sabemos que todos conseguirão passar pelos desafios como sempre aconteceu durante toda a nossa história. 

Assim, mesmo que as crianças estejam longe de amigos e outros familiares, a presença dos pais ou mesmo de um deles, transmitindo esta força e confiança em todo o processo e na realidade como ela é, facilita a vivência dos pequenos. 

O tempo de qualidade de pais e filhos na pandemia é mais importante que a quantidade que estão juntos. Privilegiar conversas honestas, brincadeiras lúdicas e um tempo saudável juntos. 

Sintomas emocionais das crianças na pandemia 

As crianças têm feito menos sintomas físicos pela falta de convivência com outras crianças, contudo os sintomas emocionais têm aumentado em demasia. Se partimos do princípio que a criança deveria ter fácil adaptação à realidade, é preciso ampliar o olhar para a família. 

O externo causa impacto, mas se a estrutura interna estiver bem consolidada, tudo fica mais ameno. Torna-se necessário voltar às origens, em um diálogo interno, para entender como os adultos em volta estão lidando com suas próprias questões internas. 

As crianças são sensíveis a tudo que está oculto e, inconscientemente, acabam manifestando sintomas para o sistema familiar. Refletir sobre a postura diante da família de origem, o lugar de cada um, a dinâmica familiar e do casal, se há desordem do sistema familiar, como cada um têm encarado suas feridas emocionais; tudo isto pode liberá-las deste lugar. 

O fato é que, para lidar melhor com seus filhos na pandemia, é o adulto que precisa se estabilizar emocionalmente e parar de nutrir medos sobre o futuro. Uma ajuda profissional pode auxiliar a atravessar o momento desafiante e se reconectar com o que verdadeiramente importa: relações familiares saudáveis e vida leve mesmo, diante de problemas e desafios. 

Se pararmos de perceber 2020 como um ano perdido, mas sim como um ano que nos propiciou ampliar o olhar e ver o essencial, tudo pode ser mais leve.


Publicado originalmente em https://www.personare.com.br/criancas-na-pandemia-m76205