Gosto de uma série que se chama Grey´s Anatomy. Ela aborda o cotidiano de alguns médicos dentro e fora do hospital. Sua criadora, Shonda Rhimes, é fenomenal em criar cada capítulo, e consegue sempre relacionar o que ocorre com os personagens e os problemas médicos dos pacientes. Mas o meu tema aqui é a morte. E por isso, o último episódio (o terceiro da décima temporada) foi o que me tocou. Nele o chief Webber, um dos médicos principais do elenco, está em uma cama de hospital se recusando a receber tratamento. Se deixar que o tratamento aconteça ele poderá se recuperar. Mas algum tipo de orgulho faz com que ele evite qualquer cuidado de seus amigos médicos. Então, sua médica e amiga Bailey, coloca em seu quarto um senhor que está fadado a morte. Não há mais tratamentos possíveis e o que ele precisa é optar para onde quer ir e passar seus últimos dias. A diferença é que o senhor deseja muito viver, mas não tem essa opção. O que assemelha os dois é justamente que ambos são orgulhosos demais para aceitar sua condição. Um tem a vida e quer morrer, o outro "tem a morte" e quer viver. O desfecho... deixo para vocês assistirem... ;-)
O fato é que esse episódio chega em uma semana de perdas. Pessoas próximas a mim perderam entes queridos. E mais alguns conhecidos também deram notícias de falecimentos. No mesmo período também que completaram-se três anos da morte de minha mãe. Este mês de outubro não está fácil... Até brinquei, (sim pois as vezes está é uma saída para a tristeza), que Deus deve estar recrutando...
A morte do outro nos provoca uma grande dor. Afinal, lembramos que somos finitos. E mais do que isso, lembramos que não temos a data da validade marcada em nós. Então nossa hora, pode ser a qualquer momento... E aí ficam os ses... Se eu tivesse feito aquilo, se eu tivesse dito isso...Acho que a dor maior é de pensar que não conseguimos nos despedir. Se soubéssemos que seria o último momento que veríamos aquela pessoa, quanta coisa seria dita... ou ao menos um abraço bem forte para expressar a saudade antecipada.Quantas pessoas entram e saem de nossas vidas, e ainda não estamos acostumados com essa despedida...
Penso que se deixamos algo pendente ou mal resolvido, sempre é tempo de resolver. Um ritual neste caso pode facilitar o processo e tampar o buraco que ficou... Escrever uma carta para aquele que se foi... ou simplesmente visualizar uma conversa com um novo final... pode ajudar... Mas a saudade fica. Esta é inevitável. Saudade do que foi vivido e do que poderia ter sido...
Mas, aliás, que final? Será mesmo que é um final? Ou foi encerrado apenas um capítulo de uma longa história? Como aquele filme que gostamos tanto e de repente sabemos que terá continuação... Quem sabe... O mais importante é aprender a valorizar ainda mais a vida. Saborear cada momento ao lado de quem amamos. Viver cada momento como se fosse o último.. É isto que fazem as sábias crianças!
Ah e a pergunta do título... respondo com outra pergunta Como não temer o desconhecido?
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