Ter filhos é uma experiência maravilhosa! Digam o que quiser
de todos os problemas e desafios de se colocar um novo ser no mundo, mas não
tem jeito, é uma nova vida que transforma a nossa vida!
Nos deparamos de novo com coisas da infância que as vezes deixamos
para trás. Brincar é a melhor delas!!! Colocar a mão na massa, na água, na
areia, na terra... Chutar bola, fazer bagunça, fazer comidinha, pular,
correr...Poder a cada dia ser uma nova personagem de história diferente.
Representar junto com a filhota, bruxas, fadas, cucas, lobos, príncipes,
princesas, Peppas, Doras e tudo mais que faz parte deste delicioso imaginário!
Nossa criança, que as vezes é deixada de lado e jogada num canto de nosso ser
interior, pode voltar a vida e isso pode ser ótimo se soubermos aproveitar!!!
Mas é sobre estes personagens que quero falar. Sempre gostei
de desenhos e animações infantis. Mesmo antes de ter filhos gostava de assistir
quando podia. Mas agora que sou mãe a coisa ampliou! E recentemente tenho
ficado mesma satisfeita com o nível das animações e desenhos que são destinadas
às crianças. Dificilmente uma animação não traz uma reflexão sobre um tema
existencial. Os assuntos são variados, amizades, lealdades, família, e perdas.
Poderia citar uma imensidade aqui, mas até acho que cada um merece um artigo
único.
O que me trouxe aqui hoje foi a animação Valente (Brave,
2012). Já tinha assistido antes, mas resolvi apresentar a minha filhota.
Revendo me lembrei da maneira lúdica e bacana com que a relação mãe e filha é
tratada! A menina, claro é uma princesa, mas sem nenhuma vocação para tal, o
que gera os conflitos com sua mãe rainha. A história fica em torno do conflito
das duas e do desejo de Merida que a mãe mude, o que acaba trazendo uma série
de confusões.
A reflexão é justamente na forma como criamos nossos filhos.
Pais com baixa autoestima e dificuldades em suas famílias de origem, e também
como casais, acabam exigindo que os filhos sejam uma continuidade deles mesmos,
ou seja, que sigam o caminho traçado por eles. Claro que deve haver uma
orientação e condução algumas vezes, mas traçar o destino é impossível. Os filhos
terão suas próprias vidas e escolhas e não estão no mundo para atender as
nossas necessidades. Mas é claro que não fazemos por maldade. Sempre achamos
que estamos fazendo o melhor para os filhos, quando na verdade, estamos fazendo
o que aprendemos. E fazemos assim porque não sabemos de outro jeito, ou por ser
mais cômodo, ou por não querermos ter o trabalho de fazer diferente. Porque sim,
dá trabalho, e muito!!
O maior problema é que esquecemos muitas vezes de ouvir verdadeiramente
nosso filho. Escutar como ele se sente, quais são seus desejos e temores. Estar
COM ele. Conversar. E conversar não é o pai fala e o filho escuta, mas
realmente estar junto, lembrando que ele também é um ser humano e terá suas
próprias escolhas que o fará feliz ou não. Caso faça, ótimo, ele fez uma boa
escolha! Caso não, estaremos ao seu lado, não para cobrar ou levantar o dedo
dizendo “Eu avisei”, mas recebê-lo, amá-lo e acolhê-lo, para que ele se sinta
bem em fazer novas escolhas e não desistir diante da primeira falha.
A tarefa é difícil mesmo, porque a grande maioria não
experienciou desta forma. Tudo era imposto, do tipo “Eu falo e você obedece”. E
aí pensamos: “Ahh mas eu estou aqui, sobrevivi!” Sinceramente, queremos apenas
que nossos filhos Sobrevivam, ou queremos que eles Vivam uma vida com autoconfiança
e plena de amor?!
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