segunda-feira, 22 de abril de 2013

RECOMEÇOS



Recentemente assisti ao filme Toda Forma de Amor (2010). O filme conta a história do artista gráfico Oliver Fields (Ewan McGregor) e a maneira como se relaciona com os demais. Achei um filme belo e tocante,e gostaria de realçar duas relações mais abordadas no filme: Oliver com seu pai Hal (Christopher Plummer), e de Oliver com uma atriz francesa Anna (Mélanie Laurent).

Hal, pai de Oliver, se assume homossexual para o filho aos 70 anos, após a morte de sua esposa. Oliver parece encarar a notícia de maneira natural e se recorda dos vários momentos da ausência do pai ao lado de sua mãe. Mas a surpresa para Oliver é que o pai parece iniciar uma nova vida. Conhece novas pessoas, se associa a grupos gays e arranja um belo e jovem namorado. Após uns anos descobre um câncer em um estágio avançado. O pai continua aproveitando e vivendo sua vida de maneira alegre e livre até o fim de seus dias.

Hal e Oliver parecem opostos. Enquanto o filho carrega um peso e um olhar triste, seu pai parece um garoto que está aprendendo coisas novas. Oliver parece não entender aquela alegria até conhecer Anna. A atriz parece perceber e entender a tristeza de Oliver como se ela mesma vivenciasse tudo aquilo na sua vida.

Acho que o tema de fundo do filme são os eternos recomeços. Eles sempre acontecem em nossas vidas em momentos diversos. O pai de Oliver é um exemplo que a idade avançada não é pretexto para um fim de vida, é sempre possível iniciar novos projetos e aprendizados.

Anna, por sua vez, sempre com relações fulgazes em sua vida, se permite viver ao lado de Oliver. Mesmo com as dificuldades de ambos em se entregarem ao relacionamento a dois, eles tentar arrumar uma nova maneira de, mesmo com tantas diferenças, estarem juntos.

Oliver parece passar por uma grande crise em sua existência onde questiona o sentido da vida. A sua maneira e utilizando seu trabalho ele consegue traçar a história da tristeza.É como se assim falasse de si mesmo e da sua própria história. Mas ao lado de Anna ele se sente vivo de novo. E mesmo acreditando que não iria se apaixonar na vida, ele se entrega à Anna apesar de todos os seus medos. Além disso, tem um simpático cãozinho como seu “conselheiro” e fiel companheiro.

Quantas vezes acreditamos que estamos a beira do abismo e não há saídas? Sentimos-nos sem rumo, como se a vida nos colocasse em Xeque-mate. Mas são nestes momentos que é preciso que nos lembremos de que a roda da vida não para de girar. E a saída muitas vezes é olhar para o aqui e agora e... viver. Que seja a dor, a tristeza, a paixão, a alegria... Viver simplesmente este exato momento em toda sua intensidade. Pois ele passa, e com ele virão os aprendizados e mais um recomeço em nossa jornada.

Nunca é tarde mesmo para Recomeçar... Pode até ser difícil, mas o tempo, se a gente quiser, estará a nosso favor.

Nenhum comentário: