domingo, 9 de fevereiro de 2020

Filme Rocketman e a influência da família na vida profissional

Filme baseado em fatos da vida do cantor Elton John nos ajuda a refletir sobre a influência da relação familiar em nossa vida profissional.

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O filme Rocketman (2019) vencedor do oscar 2020 de melhor canção original, é um musical que conta a trajetória de Reginald Dwight (Taron Egerton) e como se transformou no músico, ícone da música pop, Elton John. As músicas do cantor dão o tom da autobiografia que perpassa sua história de vida, incluindo as relações familiares e amorosas do músico. 

Ao longo do filme é possível perceber os conflitos e mágoas que o jovem Reginald guarda de seus pais. E mesmo com todo a riqueza e reconhecimento ele entra em um processo autodestrutivo que o leva a rever alguns capítulos de sua própria história. A partir da visão sistêmica e das constelações familiares podemos compreender os emaranhados que levam o cantor a grandes sofrimentos e a quase morte.

Quando a riqueza não é suficiente

Ninguém pode negar que Elton John é um cantor de sucesso. Foi ídolo de uma geração na década de 80 e até hoje suas músicas são tocadas e regravadas por diversos compositores. Contudo o filme mostra que o cantor passou por altos e baixos e esteve perto de destruir sua carreira. A infância foi retratada no filme e talvez para alguns sem grandes conflitos. Talvez um pai distante que separa-se e constitue outra família, e uma mãe voltada para seus próprios interesses. O garoto vai em frente e com garra e ousadia inicia uma bela carreira musical. Se envolve com drogas e em um relacionamento abusivo, e no auge da fama tenta suicídio. Nem com toda a sua fama, dinheiro e patrimônio ele conseguia ser feliz. O que ele buscava preencher dentro dele, nenhuma pessoa ou dinheiro poderiam oferecer: a falta dos pais.

Lealdade acima de tudo

Somos leais ao nosso sistema familiar. Essa é uma lei e conscientes ou não desse fato ele atua em cada um. Reginald sente-se rejeitado por ambos os pais. Mesmo que tente seguir, ele leva muitas mágoas e exigências infantis. O desejo de ser amado, como talvez não foi por sua mãe, o faz se submeter a um relacionamento abusivo. As críticas ao pai ausente o levam ao relacionamento com as drogas. Sistemicamente é uma dinâmica comum nas famílias com pessoas adictas: a falta ou ausência do pai. Isso tudo ocorre devido a esta lealdade invisível que nos une ao nosso sistema. Criticar, julgar, exigir e demandar podem levar o sujeito a fracassos ou processos autodestrutivos, tal como ocorreu com o personagem Elton John. Este tinha um aparente sucesso de público e vendas, mas o homem Reginald Dwight, permanecia olhando para as faltas do passado e buscando preencher necessidades infantis que inevitavelmente o levava a sofrimentos. 

Em seu livro Histórias de Sucesso, Bert Hellinger diz: “O maior obstáculo para nosso sucesso são as imagens internas que fizemos de nossa mãe e de nosso pai.” No fundo é uma grande pirraça para lidar com a realidade como ela é e seguir em frente apesar do passado doloroso.

Acolhendo sua própria criança e seguindo em frente

A liberação do homem Reginald Dwight ocorre quando ele mesmo acolhe o garoto rejeitado que ele fora. Os pais não mudaram a postura com ele. Ele mudou a postura com seu eu criança e com a imagem que carregava dos pais. Ele deixou de ser criança para se tornar adulto no momento em que se reconcilia com seu passado. Com isso não precisou mais das drogas nem de relações abusivas para preencher nenhuma falta. Ele reconheceu que ele tinha o suficiente e o resto cabia a ele conquistar. Os pais são como são. A realidade é como é. Cabe a cada um a escolha de ficar olhando para trás se lamentando, se queixando ou julgando, e assim fracassando no presente. Ou, tomar o que lhe foi dado, do jeito que foi e seguir em frente. Sem excluir ou rejeitar aquilo que foi, ou que aconteceu, mas honrando a vida que lhe foi presenteada e extraindo dela o melhor que puder. Assim há liberação, fluidez, sucesso e prosperidade.

Artigo publicado primeiramente em www.personare.com.br

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